Approaching me quickly,
Leaving a life of fear,
I only want my mind to be clear...”
(Suicidal dream – Silverchair)
Esses dias, numa festa (quem vê assim pensa que minha vida não é outra coisa senão uma sucessão interminável de festas, né? Hehehe, enfim...), estava conversando com duas pessoas aparentemente bem diferentes quando, subitamente, o tema “suicídio” entrou na roda; um tema súbito que – momentaneamente – eliminou as discrepâncias entre as duas pessoas: os melhores amigos de ambas se suicidaram.
Digo “momentaneamente” porque, na conversa que se seguiu, ficou claro que o posicionamento de ambas em relação ao acontecido também era completamente diferente; o “egoísmo” do suicida referente ao “alívio” pessoal e do conseqüente sofrimento de amigos/amores/familiares, o “direito” que cada um tem (ou não) sobre sua própria existência e a hipotética “chance” de impedir o ocorrido caso o tempo tivesse permitido e os “sinais” tivessem sido melhor interpretados, dentre outras questões foram debatidas por pólos totalmente opostos de pensamento (felizmente, sem que qualquer um apelasse para a religião).
É um tema difícil, (muy) pessoal e que mexe com os conceitos básicos de laços sociais/afetivos, autonomia e identidade do ser, isso é um fato; tanto que – talvez por isso – desperte opiniões tão radicais quanto as que ouvi (além dos dois, que se valiam do volume de voz para legitimar ainda mais seus argumentos, as outras pessoas com quem conversei sobre o assunto defendiam seus pontos de vista com firmeza e convicção invejáveis).
Não sei bem a que conclusão chegar (ou se devo chegar a uma) pois – verdade seja dita – muitas famílias (e indivíduos) são arrasados pelo suicídio de alguém, mas deveria esse alguém continuar com uma existência sofrida (se assim lhe parece), simplesmente para evitar machucar o próximo? Ou seria apenas uma questão de perspectiva, de aprender a ver – nas pequenezas e desimportâncias da vida – algum motivo que ainda o mantivesse nesse plano?
Well... é uma forma de ver as coisas.
O que você faria se descobrisse que seu melhor amigo estivesse à beira do suicídio?
Acho que poderia passar 100 anos matutando sobre o assunto sem chegar a uma conclusão satisfatória (logicamente falando, claro; afinal há casos e casos)...
O que você acha?
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