Se você jogar o termo “Esquadrão da Morte” na Wikipédia vai encontrar:
O Esquadrão da Morte foi uma organização surgida no final dos anos 1960 que eliminava supostos bandidos comuns (não os chamados subversivos).
Começou no estado da Guanabara comandado pelo detetive Mariel Mariscot, um dos chamados "Homens de Ouro da Polícia Carioca", e se disseminou por todo o Brasil. Em geral, seus integrantes eram políticos, membros do Poder Judiciário, policiais civis e militares e era mantida, via de regra, pelo empresariado.
Agora, se – logo após – você pesquisar por “Esquadrão da Vida” no mesmo site... encontrará nada (o que é REALMENTE uma pena)!
Fundado em 1979 por Ary Para-raios, o Esquadrão da Vida foi uma resposta bem-humorada ao terror instigado pelos Esquadrões da Morte que agiam livremente nos tempos da Ditadura Militar. Sua proposta artística era (e ainda é) a de que – por meio do resgate da cultura popular, (teatro, música, dança, artes circenses) e da “subversão” dos espaços públicos - é possível às pessoas se libertar, não se limitando aos espaços fechados (e particulares) e à arte excessivamente acadêmica.
Ontem fui à primeira apresentação do novo projeto deles: “O filhote do filhote de elefante”, adaptação feita pelo próprio Para-raios d´O filhote de elefante´ de Bertolt Brecht e confesso que fiquei encantado com a história do grupo e sua proposta. Ao fim da apresentação (a primeira na praça “Ary Para-raios”, no Conic), uma emocionada Maíra Oliveira – filha de Ary – contou o que era se apresentar no espaço que levava o nome do pai (falecido em 2003), de como – após a morte do mesmo – descobriu que o que REALMENTE queria fazer era dar continuidade ao Esquadrão e dos desafios de manter um grupo teatral contando, apenas, com a determinação de seus integrantes e a boa vontade de pessoas que ajudam/cedem espaços para os ensaios.
É engraçado... prometi a mim mesmo me distanciar do mundo do teatro esse ano (da área de produção técnica, nunca da de espectador) para me dedicar exclusivamente à conclusão do meu curso, mas confesso que - frente à todo esse panorama - minha primeira vontade era de me juntar a eles e ajudar no que fosse preciso. Às vezes acho que ainda devo estar sob influência da “Paixão pela arte”, pelo fazer artístico que só um processo em grupo, como o teatral, pode proporcionar (mas, antes que comecem as broncas, não se preocupem: minha prioridade nesse ano ainda é o meu curso).
Anyway, quem perdeu a apresentação de ontem ainda pode vê-los se apresentar hoje, às 17:00 na Praça do Cidadão, no Setor Comercial Sul (DE GRAÇA, vale ressaltar).
E POR FALAR EM TEATRO...
Após alguns anos de espera, o (EXCELENTE... assim, em letras garrafais mesmo) Teatro do Concreto está em cartaz com seu novo projeto: Entrepartidas.