sábado, 16 de janeiro de 2010

A-ham Bial, senta lá...



Eu jurei pra mim mesmo que não escreveria algo sobre o Big Brother Brasil (a.k.a. “BBBosta”) aqui no blog... em vão; desde que a bagaça estreou nessa terça-feira, não se fala em outra coisa (na hora do programa, então, o site Twitter falta pouco cair devido ao excesso de comentários). Talvez porque – dessa vez – os participantes sejam mais “assumidos” (uma drag Queen, um emo andrógino, uma lésbica e uma porrada de bissexuais – assumidos ou não), talvez por causa dos tradicionais corpos sarados e musculosos exibidos à exaustão na piscina da casa ou, simplesmente, porque o povo brasileiro tem MUITO de voyeur e gosta de “dar uma espiadinha” nas palavras do apresentador (cretino) do programa, vai saber.

A questão é que – diante de tanto falatório – me arrisquei a dar a tal “espiada”. Veredicto? Nada de novo no reino da cornualha: estão lá os grupos, os corpos à beira da piscina, as intrigas, o disse-me-disse e as piadas insossas de Pedro Bial; o fato de terem selecionado – nessa edição – pessoas mais esclarecidas quanto à sua identidade não acrescentou em nada essa edição do programa (exceto, talvez, alimentar as expectativas do público em ver barracos ou “bafons”, mas no final as expectativas não passam de expectativas).

Há quem diga que essa edição do programa seja mais positiva por dar a chance de desmistificar a visão que o povo brasileiro tem dos indivíduos GLBT. Será? Se não me falha a memória (e isso porque faz anos que não assisto esse programa), o BBB já teve entre seus vencedores um professor que era gay assumido e – na época – se usava o mesmo discurso... nada mudou desde então. Tudo que você vê lá (além dos rótulos ou “tribos”, como eles mesmos fizeram questão de ressaltar ao dividir os participantes) são pessoas confinadas, jogando algo que não sabem por onde começar e tentando passar a imagem mais politicamente correta possível (é, eu sei... que chato, não?); algo que – no meu ver – nunca vai mudar nesse tipo de programa.

Isso posto, não, eu não acho que será o BBB a acabar (ou reduzir) a homofobia vigente na sociedade brasileira; não, eu não continuarei assistindo aquilo (15 minutos foram o suficiente pra me fazer dormir... e eu tenho insônia!) e sim, eu gosto de piadas toscas, mas – pra minha sorte – todas elas brotam da internet (não preciso dar audiência pra Globo pra rir um pouco).

Aliás, alguém acha mesmo que a Globo – com esse tratamento – é capaz de reduzir a homofobia?

“Uma drag, um gay e uma sapa devidamente identificados e obrigados a andar até a exaustão enquanto lévam água na cara. AUSHWITZ? Não, o BBB” by @sodaindie

(uma das pérolas do Twitter, no primeiro dia de programa)

Hasta!

Um comentário:

  1. dia desses fui na casa dos meus sogros e eles estavam vendo tv na cozinha. quando começou o bbb, a primeira coisa que meu sogrão fez foi sair fora... "a programaçao baixou muito de nível", ele disse. apesar dele e toda família ter tantos amigos gays, pra ele o programa é apenas um festival de baixaria, independente da sexualidade dos participantes. no meio das conversas, da retirada das coisas da mesa, das louças sendo lavadas, o bbb era só som e imagem sem signficado nenhum pra quem restou no cômodo. acho que isso reflete exatamente o que esse programa é: uma coisa que fica na tv por uma hora e depois se vai, sem fazer falta pra vida de ninguém. como algo assim vai ajudar a reduzir a homofobia ou o que quer que seja? no máximo alguém vai comentar "a sapata ganhou a prova de hoje". so what?

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