sexta-feira, 4 de junho de 2010

It doesn't pay...



“Você já foge naturalmente das coisas, mas agora parece querer fugir de tudo!”
(minha irmã, pra mim, essa semana)


Será mesmo? Olhando em retrospecto até que faz sentido: aquela gana (e, às vezes, impulso) incontrolável de correr e deixar pra trás tudo que te causa mal-estar, agonia, falta de ar e revolta; a esperança – mesmo que fantasiosa – de que, deixando o incômodo pra trás, se possa recomeçar o que deu errado a partir de um ponto zero imaginário, a chance de resetar uma das micro-histórias que compõem sua vida. É tentador, é mágico e – de uma certa forma – infantilmente delicioso... mas adianta?

Talvez por já ter feito isso (e ainda fazê-lo) várias vezes possa afirmar que – apesar da sensação temporária de liberdade e transgressão (o detalhe que torna a coisa “infantilmente deliciosa”) – não adianta muito... nada, na verdade; cedo ou tarde (quando não sua consciência, te acusando de não ter culhões de encarar a situação de frente) os problemas deixados pra trás te alcançam, exigindo uma solução e te deixando, novamente, na berlinda: fugir ou encarar? Pôr um ponto final no conflito ou dar continuidade a um jogo de incertezas?

"Não perca o próximo episódio..."

Confesso (e me comprometo ao dizer) que, até hoje, meu impulso natural é sair correndo (mesmo com o joelho ainda avariado) pra longe dos problemas. Se por medo ou – simplesmente – cansaço de “dar murro em ponta de faca”, ainda não descobri, mas tento não sucumbir a essa vontade primária. Fugir pode cansar mais do que simplesmente resolver um impasse que pode ser resolvido mágica(e incrível)mente com uma simples conversa.

Quero ir embora de Brasília assim que me formar. Como já ouvi numa mini-palestra durante uma das aulas na UnB, “Você não consegue viver de arte, em Brasília, sem ser professor” e – bem – nunca tive o jeito ou a desenvoltura que o ofício exige (não vou mentir), mas, nesses dias, me pego pensando bem nos motivos desse desejo súbito e desesperado de ir embora...

Sina?

Hasta!

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