segunda-feira, 28 de junho de 2010

"Rodamundo, roda-gigante..."



Pra você que faz planos lindos, eficazes e reluzentes, os vê sendo levados indiferentemente pelo vento e - mesmo assim - NÃO DESISTE!

Hasta!

PS: Quem vai assistir esse filme comigo?

"Leve o mundo que eu vou já..."

Brasília, 28 de junho de 2010

Excelentíssim@ leitor(a),

Ok, isto não é uma carta de verdade e eu não estou escrevendo para qualquer pessoa específica. Na verdade estou escrevendo assim por pura saudade e nostalgia; dia desses vi, no ônibus, um cara lendo uma carta (coisa bem simples: folha de caderno, letra cursiva, e um pequeno envelope selado e devidamente ornado com listras verde-e-amarelas) e – além do estranhamento inicial – confesso que bateu AQUELA saudade de quando eu fazia esse tipo de coisa. Eu amava escrever (e receber) cartas; sempre achei um gesto de tremenda estima e bom-gosto dedicar parte de seu tempo para escrever, de próprio punho, idéias, mensagens e/ou sentimentos para outrem.

Isso posto acho que nem preciso dizer do quanto sinto falta deste hábito nos atuais tempos internéticos, não? Mas, também, pra que escrever cartas hoje em dia? É tão mais fácil mandar um e-mail, um scrap, um tweet ou mesmo um SMS. Escrever cartas demanda tempo, esforço físico (e mental, já que a folha de papel não te permite revisar o texto sem ter que reescrevê-lo várias vezes) e – dependendo do quão caprichoso você for – habilidades com desenho ou bom gosto com perfumes, entre outras coisas. De fato, há meios de comunicação putaquecaralhomente mais ágeis e baratos que escrever cartas hoje em dia, mas será que eles têm a mesma graça?

Pensando nessa questão, claro que já há mentes criativas tentando tornar essa transição de costumes um pouco mais amena: no caso dos livros (que, segundo os entusiastas tecnológicos, está perdendo mercado pros e-readers da vida) já criaram um mini-odorizador que – acoplado ao e-reader – garante liberar o famoso “cheirinho de livro” e, na tentativa de tornar os e-mails um pouco mais pessoais, já desenvolveram um programa que transforma a sua caligrafia em fonte digital (ou, pelo menos, é o que promete o vídeo deles).



Se adianta? Acho que não no meu caso. Pode me chamar de retrógrado e o escambau, mas ainda acho o máximo esperar que @ carteir@ traga, além das habituais contas (que parecem estar em muitíssima voga de uns tempos pra cá, diga-se de passagem), notícias e reflexões e cumplicidades de quem está longe (e acredito acontecer o mesmo por parte de quem está do outro lado).

Beijos e abraços,

Pedro.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Entre sapas e ursos...

Quando falamos de quadrinhos temáticos (LGBTTT) ocidentais, o que lhe vêm à mente? Apollo e Meia-Noite (Authority?) Os doces Wiccan e Hulkling (Young Avengers)? A surub, digo, o triângulo Nico/Carolina/Xavin (Runaways)? Ou mesmo o já icônico (mas excelente) Strangers in Paradise? Com exceção da última opção, há de se convir que os outros títulos citados (e facilmente lembrados) não são exatamente o que há de mais representativo quando falamos de identificação com o público (a menos, é claro, que você tenha poderes e/ou salve o mundo enquanto foge alucinada e instintivamente; nesse caso, aceite minhas desculpas). Ou seja, qual não foi minha surpresa quando – hoje de manhã – fui apresentado, pela Xandra, à dois personagens que – pelo que estou pesquisando – já tem certa fama (e sucesso) com o público? Falo de Katita e Ber, the bear.

Katita estuda pedagogia, é lésbica assumida, vegetariana iniciante e radicalmente contra qualquer tipo de vício ou preconceito. Suas tirinhas carregam um humor leve e politicamente correto (mas nem por isso com menos valor). Me conquistou de cara por retratar – além dos arquétipos típicos do mundinho gay (é, eu sei... mas às vezes acabamos por nos enquadrar neles) – a atitude de muitas das minhas amiguinhas “sapas”! Criada em 1995 pela dupla Anita Costa Prado e Ronaldo Mendes, a personagem não possui um site (infelizmente), mas – a quem interessar – dá pra comprar suas edições pela Bodega do Leo (iniciativa que divulga e vende quadrinhos nacionais, vale ressaltar).

[a quem interessar ainda mais, a entrevista dela pro blog da Sapataria (que também me serviu de fonte) é bem interessante]


Ber, the bear investe num traço mais simples (mas nem por isso menos cômico) e num humor mais ácido. Sua abordagem crítica do meio Bear alfineta pontos que – no que o autor temia soar como “piadas internas” da cultura ursina – são inerentes à todas as culturas do meio LGBTTT. Criado em 2007, por Rafael Lopes, possui um site onde se pode ler suas tirinhas e tiradas excelentes (sem trocadilhos intencionais, juro!).

Enfim, essas foram as boas surpresas “quadinhísticas” de hoje; confesso que – pelo pouco que li – gostei bastante de ambos os personagens e do mundinho (às vezes não tão fantástico e colorido, mas ainda muito divertido) por eles retratado.

Hasta!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Can you hear it?



Sim, é batido; sim, já é piada velha (pelo menos no atual processo cybercronológico), mas nenhum vídeo traduziu tão bem o horror e o desafio de conviver com essas - insira um palavrão violento aqui - durante essa copa do Mundo.

Acaba logo, Brasil!

Hasta!

sábado, 19 de junho de 2010

Realejo


Conta-se que – antigamente – era muito comum ver nas cidades (sobretudo as do interior) o tocador de realejo, que, por uma moeda, ordenava a um periquitinho (ou macaquinho, dependendo da região) amestrado que apanhasse um bilhetinho aleatório na gaveta do realejo, onde se poderia ler a sorte da pessoa (que quase nunca era ruim, diga-se de passagem); algumas, inclusive, chegavam a guardar o papelzinho consigo para manter a sorte por perto.



Imagino que tipo de sorte eu tiraria hoje (pena que não os encontramos mais pelas ruas, pra matar minha curiosidade)...

Hasta!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Na vitrine do açougue...

Posso até me comprometer ao dizer isso, mas hoje – depois de anos – resolvi voltar ao Bar Barulho... Assim, do nada. E a primeira impressão que me deu foi a de que o lugar não bomba mais como antes; na verdade estava até bem tranqüilo (antes tinha que atravessar um dancefloor LOTADO e ser assediado por N anônimos dançantes pra chegar no balcão e comprar uma cerveja, coisa pela qual – muito felizmente – não passei agora), mas se tem algo que eu percebi de cara que NÃO MUDOU (além do som ambiente e do mesmo senhor que fica de um lado pro outro vendendo chicletes e cigarros) foi que o movimento do bar ainda é, essencialmente, de pessoas a fim de fazer pegação.



Ok, aí você me diz que qualquer bar é freqüentado por pessoas a fim de fazer pegação; beleza, confesso, até eu já fiz isso, mas a questão é que o Barulho sempre foi notório por abrigar – em sua maioria – pessoas muito solitárias (e/ou muito enrustidas) à procura de um prazer rápido e sem compromisso e essa parece ser, ainda, a grande marca do bar.

E por que estou falando agora do Barulho e sua (nunca oficialmente assumida má) fama? Porque foi preciso estar lá, no meio de todas aquelas pessoas solitárias (nunca oficialmente assumidas), pra perceber quanta gente solitária existe no mundo; só estando do outro lado daquela vitrine de açougue pra perceber o quanto os “pedaços de carne” (como muitos os vêem) precisam não só do prazer carnal como algo mais (embora nunca admitam e o primeiro prazer seja – de fato – muito mais prático e superficial). Quando se relacionar se tornou tão difícil?

Há quem diga que “solidão” seja um tema bem recorrente no meu trabalho e confesso que quero trabalhá-lo na minha diplomação, talvez por isso preste tanta atenção em como as pessoas se relacionam ultimamente. E o prognóstico? Nada otimista, biscoito!

Cada dia me convenço mais de que a idéia-comum de que “os tempos atuais exigem soluções práticas” é real... Digo - pensa comigo – estamos tão acostumados a optar pelas soluções mais práticas e imediatas e de menor custo (imediato) que nunca paramos pra nos perguntar se elas também se aplicam às relações/sentimentos humanos (ou estariam os sentimentos simplesmente defasados?).

Anyway, há quem consiga viver bem com esse estilo de vida (algumas vezes os invejo), mas o que mais vejo são pessoas que – ao contrário da atitude que ostentam – sentem uma necessidade tremenda de um relacionamento romântico (quase à moda antiga).

#Comolidar?

Hasta!

sábado, 12 de junho de 2010

Quando menos se espera...

Porque eu ainda acho (e, às vezes, o mundo me confirma) que certas coisas só acontecem quando você (absolutamente) não está pensando nelas.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

De novo não...

COPA DO MUNDO – A simples menção ao evento evoca um patriotismo louco de uns e uma fria rejeição de outros. Eu - já digo de cara - me enquadro no segundo grupo. Nada contra a África do Sul, os empregos direta e indiretamente gerados e o clima (mesmo que forçado) de confraternização entre as nações participantes... O meu problema é o futebol mesmo!

Ok, estou sendo um tanto precipitado; vamos lá... o evento supracitado (ficou repetitivo até falar o nome dele) reúne duas coisas às quais tenho absoluta rejeição: futebol (nunca tive afinidade, pro desgosto do meu pai e da regra de que “todo brasileiro é apaixonado por futebol”) e o patriotismo exacerbado, imposto pela grande maioria.

“Imposto?” Claro, car@ leitor(a)! Veja se essas frases lhe parecem familiares...







Isso posto – e aliado ao fato de que tenho uma certa aversão natural a toda “obrigação” psíquica – acho que é até desnecessário dizer que acho o evento UM PORRE, não? MascontudotodaviaentretantoPORÉM, pra não dizerem por aí que eu só vejo o lado rea, digo, negativo das coisas, vamos às vantagens do evento esportivo:

- Você é liberado mais cedo do trabalho/faculdade/estágio/wathever...

"Uhuuuu!!!"

e...

hm...

er...

bem...

- ...o público (já devidamente patriotizado) fica prontinho pro espetáculo seguinte!


(eu tentei, ok?)

Hasta!

terça-feira, 8 de junho de 2010

"Orgulhos" e "correções"...

Confesso que nunca me dei muito bem com a militância LGBTTT; não por considerá-la desimportante (embora já o tenha feito num período de profunda fé no ser humano e em sua civilidade natural), mas simplesmente pelo fato de que – sendo, metade dos meus amigos, militantes ferrenhos – sinto que havia (mesmo que indiretamente) uma certa cobrança em participar do movimento e – confesso de novo - , não importa o motivo, eu SEMPRE corro das coisas cobradas/impostas. É algo instintivo, algo meu... o que se há de fazer?

Anyway (voltando ao assunto), apesar das colaborações indiretas e as tentativas de manter uma distância respeitosa do movimento (em cujos bastidores descobri uma rede de egos tão ou mais inflados quanto o próprio meio artístico), acho que o mundo – mais uma vez – me fez pagar a própria língua e nos coloca em tempos em que, pelo menos aparentemente, a homofobia é o último grito da moda (se por conta de agressão, não se sabe): não consigo lembrar de ouvir tantas denúncias de atos de violência contra homossexuais/transgêneros/intersexos como ouço agora.

"Tendência? Eu REALMENTE espero que não!"

Dito isso, sei que a provável primeira reação de quem me lê será me julgar (oh, adorável natureza humana) alienado e bairrista (aquele que só percebe o problema quando este bate à sua porta), mas – se tratando, agora, de um desabafo – sinta-se à vontade (claro que não digo que tais atos não aconteciam antes, mas a impressão que tenho é a de que – agora – a situação chegou num patamar explícito e inacobertável).

Já é de conhecimento público a notícia do beijaço ocorrido na UnB, semana passada, contra os trotes homofóbicos ocorridos na Faculdade de Tecnologia e as posteriores ameaças a uma das manifestantes. Desde então, instalou-se um clima de total apreensão na Universidade de Brasília: Não há mais qualquer demonstração de afeto, conversa livre ou mesmo as bem-humoradas demonstrações de “pinta” que não sob a sombra de uma possível represália vinda de não-se-sabe-onde; como se – do nada – uma guerra binária-ideológica-incoerente-e-ridícula houvesse sido declarada entre o Orgulho LGBTs e o dito “Orgulho Hétero”. Besteira, eu sei, mas é a sensação que fica.


Há alguns meses atrás fui surpreendido (no PÉSSIMO sentido) com a existência da comunidade “Estupro corretivo” no Orkut (da qual as pérolas “Não pregamos o estupro; estupro é quando não há amor de ambas as partes” e “Não somos homofóbicos... COM LÉSBICAS!” foram extraídas e imortalizadas); graças aos deuses (e aos internautas) a dita cuja foi fechada, mas – claramente – sua ideologia parece perdurar...

Então agora será assim, Brasil? De volta à uma era de intolerância e repressão?

(por favor, prove que eu estou errado)

Hasta!

É simples...

“Sistema de explicação do fenômeno artístico que envolve as instâncias artista/emissor, obra/canal e público/receptor.

O artista: em seu entorno.

A obra: como concreção a partir de imagens de objetos cotidianos que, por modificação de certas variáveis, adquirem uma outra significação.

O público ou receptor dessas imagens nas estatísticas: a maioria das pessoas vira as costas, algumas demonstram algum interesse, outras se mostram céticas por suas próprias limitações e, no final, há um destinatário válido.”

(Víctor Grippo: Sistema)

sábado, 5 de junho de 2010

Direto do fundo do caldeir, digo... Túnel do tempo...

Porque não é de hoje que a Sarah Jessica Parker gosta de fazer papel de drag (quanto à Bette Midler eu prefiro nem comentar)...



(mesmo assim é a cena que eu mais gostava desse filme!) XP

Hasta!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

It doesn't pay...



“Você já foge naturalmente das coisas, mas agora parece querer fugir de tudo!”
(minha irmã, pra mim, essa semana)


Será mesmo? Olhando em retrospecto até que faz sentido: aquela gana (e, às vezes, impulso) incontrolável de correr e deixar pra trás tudo que te causa mal-estar, agonia, falta de ar e revolta; a esperança – mesmo que fantasiosa – de que, deixando o incômodo pra trás, se possa recomeçar o que deu errado a partir de um ponto zero imaginário, a chance de resetar uma das micro-histórias que compõem sua vida. É tentador, é mágico e – de uma certa forma – infantilmente delicioso... mas adianta?

Talvez por já ter feito isso (e ainda fazê-lo) várias vezes possa afirmar que – apesar da sensação temporária de liberdade e transgressão (o detalhe que torna a coisa “infantilmente deliciosa”) – não adianta muito... nada, na verdade; cedo ou tarde (quando não sua consciência, te acusando de não ter culhões de encarar a situação de frente) os problemas deixados pra trás te alcançam, exigindo uma solução e te deixando, novamente, na berlinda: fugir ou encarar? Pôr um ponto final no conflito ou dar continuidade a um jogo de incertezas?

"Não perca o próximo episódio..."

Confesso (e me comprometo ao dizer) que, até hoje, meu impulso natural é sair correndo (mesmo com o joelho ainda avariado) pra longe dos problemas. Se por medo ou – simplesmente – cansaço de “dar murro em ponta de faca”, ainda não descobri, mas tento não sucumbir a essa vontade primária. Fugir pode cansar mais do que simplesmente resolver um impasse que pode ser resolvido mágica(e incrível)mente com uma simples conversa.

Quero ir embora de Brasília assim que me formar. Como já ouvi numa mini-palestra durante uma das aulas na UnB, “Você não consegue viver de arte, em Brasília, sem ser professor” e – bem – nunca tive o jeito ou a desenvoltura que o ofício exige (não vou mentir), mas, nesses dias, me pego pensando bem nos motivos desse desejo súbito e desesperado de ir embora...

Sina?

Hasta!