domingo, 20 de dezembro de 2009

YOMANGO, ou "a arte de dar a elza"...


Quem melhor para ser garota-propaganda do movimento?

Calma, isso não é revolta pelo natal (embora, se fosse outro, eu poderia usar esse argumento) ou influência de nosso digníssimo governador do DF, mas trata-se de um movimento de contra-cultura e guerrilha cultural no qual o principal mote contra o sistema é a arte dos pequenos furtos – ou, como eles próprios chamam, a “Sabotagem divertida contra o capitalismo”. Ao fazer isso, os “yomangantes” (adeptos do yomango que, numa tradução mais direta, significa “eu roubo”) propõem a livre circulação de objetos, a reapropriação e o questionamento direto (se não “provocador”) à globalização – segundo eles, uma evolução do sistema capitalista opressor de décadas atrás.

O engraçado é que, ao ler o Livro vermelho do Yomango (sim, eu não poderia falar do Yomango sem pesquisar um pouco antes), você encontra não só referências ao socialismo e à luta de classes, como também à teoria da sociedade hiperindustrial do Bernard Stiegler (amo!), ou seja, eles tem algum embasamento teórico pra fundamentar suas ações embora – pessoalmente – mesmo achando divertido, não acho que legitimar algo que já é difundido (mesmo que inconscientemente) na população seja de muita valia na mesma luta de classes; seria a mesma coisa que teorizar e tentar legitimar as pequenas sabotagens do Clube da luta no referido filme (embora isso seja EXTREMAMENTE tentador àquele pedacinho de consciência Fênix que fica no fundo da cabeça de cada um dizendo para destruir o que não funciona mais e criar algo novo).

Opinião pessoal? Oficialmente não aprovo e nem condeno, afinal – mesmo sabendo que é um “crime” ou “errado” – todos já se pegaram furtando uma ou outra coisinha por ali: o jornal do vizinho, um batom nas Lojas Americanas, um trocadinho a mais daquele cobrador de ônibus (grosso e) desatento ou um copo do Beirute (reza a lenda que algumas pessoas já conseguiram formar jogos de copos roubados do referido bar e dar de presente, por aí... finíssimos!).

Ah, sim... e antes que me perguntem se os políticos daqui (hello Brasília) são adeptos do movimento, não encontrei qualquer citação no livro sobre panetones, extorsões ou capital público, mas se quiser procurar por conta própria, é só clicar aqui ou visitar o site deles!

E pra quem quiser acompanhar as intervenções públicas e outros baphos, há alguns vídeos como esse pelo youtube, é só digitar “yomango”.



Hasta!

2 comentários:

  1. eu iria me sentir meio culpada de "aderir ao movimento", ainda mais porque isso não resolve em nada os problemas do capitalismo; ele simplesmente subexiste a partir dele. sem contar que eu não teria moral para reclamar dos políticos corruptos que prejudicam a vida de tantas pessoas com suas ações erradas. acredito que tentar dar o exemplo e consumir de maneira mais responsável ainda é o melhor remédio, por mais difícil que seja às vezes (prinipalmente pras mulheres doidas como eu que gritam AAAAAI, QUE LIIIIIIIINDO pra qualquer merda nas vitrines...) XD

    ResponderExcluir
  2. Esse da Argentina foi ridículo...

    ResponderExcluir