quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

domingo, 20 de dezembro de 2009

YOMANGO, ou "a arte de dar a elza"...


Quem melhor para ser garota-propaganda do movimento?

Calma, isso não é revolta pelo natal (embora, se fosse outro, eu poderia usar esse argumento) ou influência de nosso digníssimo governador do DF, mas trata-se de um movimento de contra-cultura e guerrilha cultural no qual o principal mote contra o sistema é a arte dos pequenos furtos – ou, como eles próprios chamam, a “Sabotagem divertida contra o capitalismo”. Ao fazer isso, os “yomangantes” (adeptos do yomango que, numa tradução mais direta, significa “eu roubo”) propõem a livre circulação de objetos, a reapropriação e o questionamento direto (se não “provocador”) à globalização – segundo eles, uma evolução do sistema capitalista opressor de décadas atrás.

O engraçado é que, ao ler o Livro vermelho do Yomango (sim, eu não poderia falar do Yomango sem pesquisar um pouco antes), você encontra não só referências ao socialismo e à luta de classes, como também à teoria da sociedade hiperindustrial do Bernard Stiegler (amo!), ou seja, eles tem algum embasamento teórico pra fundamentar suas ações embora – pessoalmente – mesmo achando divertido, não acho que legitimar algo que já é difundido (mesmo que inconscientemente) na população seja de muita valia na mesma luta de classes; seria a mesma coisa que teorizar e tentar legitimar as pequenas sabotagens do Clube da luta no referido filme (embora isso seja EXTREMAMENTE tentador àquele pedacinho de consciência Fênix que fica no fundo da cabeça de cada um dizendo para destruir o que não funciona mais e criar algo novo).

Opinião pessoal? Oficialmente não aprovo e nem condeno, afinal – mesmo sabendo que é um “crime” ou “errado” – todos já se pegaram furtando uma ou outra coisinha por ali: o jornal do vizinho, um batom nas Lojas Americanas, um trocadinho a mais daquele cobrador de ônibus (grosso e) desatento ou um copo do Beirute (reza a lenda que algumas pessoas já conseguiram formar jogos de copos roubados do referido bar e dar de presente, por aí... finíssimos!).

Ah, sim... e antes que me perguntem se os políticos daqui (hello Brasília) são adeptos do movimento, não encontrei qualquer citação no livro sobre panetones, extorsões ou capital público, mas se quiser procurar por conta própria, é só clicar aqui ou visitar o site deles!

E pra quem quiser acompanhar as intervenções públicas e outros baphos, há alguns vídeos como esse pelo youtube, é só digitar “yomango”.



Hasta!

sábado, 19 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

And so this is Christmas... (FUCK!!!)



E começou a palhaçada do Natal... Sei que muitos reagirão a essa frase dizendo coisas como “Mas o natal é época de paz!” ou “É época de abrir o coração!”, entre tantas outras frases-feitas. Ok, então permita-me ser extremamente franco, caro leitor: Se realmente queremos um mundo melhor (como quase todos afirmam), então NÃO existe uma época determinada para ser legal com os outros e cultivar a paz; essa é uma postura que poderia ser aplicada todos os dias. Você NÃO é obrigado a dar presentes caros para mostrar a uma pessoa que gosta dela (embora eu também seja chegado a dar um outro agrado pros meus amigos de vez em quando... mas ainda sim de forma espontânea!) e NÃO, eu não gosto do Papai Noel, desde que eu constatei que ele foi totalmente ressignificado e que a única magia que movimenta seu trenó, a fábrica e tudo o mais é a financeira (e eu realmente acreditava nele quando era pirralho).

Amargo? Talvez o termo seja “sem paciência” mesmo... Sem paciência para os protocolos, sem paciência para a obrigação de estar feliz e sorridente e camarada e – sobretudo – sem paciência para, à meia-noite, abraçar algumas pessoas que eu odeio e ter que sorrir e dizer que, na verdade, eu as amo (franqueza definitivamente não é algo apreciado nessas horas... falo por experiência própria); saio me sentindo mentiroso, sujo... Enfim, essas são situações e opiniões pessoais, variam muito de pessoa pra pessoa. No fim, só queria dizer aos parentes/amigos/conhecidos/pessoas-que-dão-de-cara-comigo-na-rua que, caso me encontrem de mau humor, não é nada contra vocês (depende da pessoa), nem contra o mundo (depende do dia); apenas contra os superficiais protocolos natalinos vigentes... e que, se quiserem me dar um presente, amizade e sinceridade (é, eu sei que é um item em falta no mercado) são muito bem-vindos! =D

No mais, a gente vai levando o ano (ou o que resta dele)...

Hasta!

PS: Tô até me sentindo mais leve depois dessa... #prontofalei

domingo, 13 de dezembro de 2009

A civilidade e o condicionamento

Ontem fui na formatura (no Jardim de Infância) do meu irmãozinho; aquela coisa bem festa escolar infantil: crianças fazendo pose de adultos, adultos tendo ataques de fofura com as crianças, coral, visita do Papai Noel, valsa e até uma improvisação de boite (com direito a um remix de “Florentina de Jesus”). Tudo bem dentro dos conformes, pra agradar aos pais e familiares. Mas, durante a hora cívica (sim, ela voltou), não pude deixar de notar a letra do - relativamente recentemente composto - hino do município de Valparaíso de Goiás (onde, aliás, eu meio que moro... longa história). Segue a pérola...

No Centro-Oeste uma estrela já brilhou,
Num paraíso o vale ela transformou,
Com fé em Deus todos nós somos irmãos,
Valparaíso é teu o nosso coração.

No azul do céu o teu pavilhão desfralda,
Teu verde lembra a cor da esmeralda,
Com graça e fibra o povo de Goiás,
Rumo ao futuro, ao progresso e à paz.

Teu povo é desse chão verde-amarelo,
Orgulho de um país tão grande e belo,
O sol cativo dá ao vale a bonança,
E abre as portas a um amanhã de esperança.

Tua bandeira é meu manto sagrado,
Terra vermelha, o meu torrão amado,
Valparaíso tu és forte, varonil,
Irmão da capital do meu Brasil.

(letra de Esmael Lopes)


Calma, não vou fazer uma crítica musical ou coisa do gênero (além do meu conhecimento musical ser ridículo, isso é um hino municipal), mas achei engraçado ao ver numa composição tão recente (e cívica), valores tão parciais, como o uso da palavra “varonil” (que é relativo a “varão”, ou seja, “homem”) como sinônimo de força ou a menção religiosa - mesmo que mínima (pode me chamar de chato, “cri-cri” ou wathever, mas ainda sou radicalmente contra qualquer envolvimento entre Estado e religião). Enfim, criticas à parte - até porque elas são inúteis, visto que esses detalhes são apenas reflexos da nossa cultura (infelizmente) -, o que realmente me chamou a atenção era que eu parecia ser o único, em todo o recinto, a prestar atenção à letra; estavam lá pais e educadores e ninguém parecia se importar com isso (ou em como as crianças poderiam – caso o fizessem – absorver isso tudo).

Lembro que – na antiga 3ª série – certa vez a professora nos fez ler o Hino Nacional e o explicou verso por verso para que, além de respeitá-lo, também o compreendêssemos (e, cara, como eles eram otimistas!) e isso fez bem... Pelo menos da minha parte me fez notar que não dá pra você simplesmente seguir e/ou respeitar e/ou adorar algo (como os mais exaltados fazem) sem ter uma noção mínima de seu significado; do contrário se torna a simples repetição por repetição. Iconizar uma música (ou qualquer outra coisa) sem levar em conta a força de suas palavras é esvaziá-la, torná-la oca e reluzente e quebradiça como uma jarra de cristal ou uma bolha de sabão.

Estaria a consciência fora de moda ou é apenas outro reflexo infeliz da nossa cultura?



Hasta!

sábado, 12 de dezembro de 2009

domingo, 6 de dezembro de 2009

Doctor... WHO???

Viajar pelo tempo e espaço numa minúscula cabine, ocasionalmente corrigindo falhas e constantemente se metendo em confusão... será que pra você, caro leitor, essa premissa é familiar?


Keanu (ho)Reeves no seu papel mais autêntico... o dele mesmo!

Sim, eu sei, mas não se preocupe que esse post não será dedicado aos “metaleiros da pesada” ou ao carequinha pseudocool que os aconselhava, mas a algo mais antigo (olha que esses dois eu já tive que desencavar de algum lugar do túnel do tempo) e que – reza a lenda – inaugurou a era da ficção científica na TV: Doctor Who.

QUEM???
(haha... trocadilho infame)

Apesar de não ser muito conhecida no Brasil (quase nada, na verdade), essa séria goza de imensa popularidade na Grã-Bretanha, além de deter o título de ser a primeira série de ficção científica na TV. Produzida em 1963 pela BBC (e com o intuito inicial de ser um programa educativo), a série conta a história de um alienígena (o Doutor) que viaja pelo tempo e espaço a bordo de uma cabine policial inglesa (o dispositivo de camuflagem da nave travou nessa forma e dela não mais saiu) e que tem a incrível zica, digo... sorte de aterrissar nos lugares nas piores horas imagináveis, o que consequentemente o leva a se envolver em aventuras e crises e intrigas políticas e tudo o mais. Apesar dos efeitos especiais precários, a série logo alcançou grande popularidade por seus roteiros altamente inventivos e criativos, o que possibilitou sua exibição por 26 temporadas (1963 – 1989).

Uma curiosidade que vale ser mencionada é que, por se tratar um personagem de natureza alienígena (e de grande sucesso), o Doutor tinha, entre outras habilidades, a capacidade de se regenerar quando mortalmente ferido (ou o ator já estivesse mortalmente cheio do papel), o que – até o momento – já lhe rendeu 10 “encarnações” diferentes (sendo, a última, a minha preferida). Em 2005, a BBC resolveu produzir uma nova série do Doutor, trazendo-o para os novos tempos (e melhorando muito os efeitos especiais, diga-se de passagem), e confesso que estou vi-ci-a-do nesse seriado! Os argumentos são bons, as histórias são realmente inventivas e é muito bacana vê-los reaproveitando elementos da série clássica do jeito que estão fazendo e misturando citações pop, como por exemplo, a gatuxa Lady Cassandra, o “ser humano” mais magro, elegante e plástico do ano 5.5/maçã/26 (5 bilhões de anos no futuro).


Inhaiii!!!!

Para 2010, pelo que andei pesquisando (eu já disse que nerd é um bicho maldito, né?), os produtores da série já estão trabalhando numa nova TARDIS (a nave/cabine policial/cafofo que viaja no tempo) e numa nova “encarnação” para o bom Doutor...


Esse estilo “Mamãe-sou-emo” não tá me agradando, mas – pensando bem – já teve coisa pior...


(...trazendo alegria pra você e pro vovô...)

Anyway, se a série continuar com a mesma qualidade, continuarei assistindo até a coisa decair (ou minha empolgação volátil se esvair, o que vier primeiro...). Para os curiosos, não há previsão de lançamento dos DVDs no Brasil (que merda, hein?), MAScontudotodaviaentretantoPORÉM quem quiser – e tiver uma boa conexão - pode conseguir os episódios da nova série (e alguns clássicos) no Universo Who.

Hasta!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Wonderland? Shamballa?



Imagine, caro leitor, uma cidade no meio do deserto de Nevada, nos Estados Unidos. Uma cidade de paz, liberdade, confraternização e troca de idéias, onde toda forma de expressão é válida, onde a criatividade no ar é quase tangível (e, em boa parte das vezes, realmente é) e onde o comércio não tem vez pois (pasme!) tudo funciona num sistema de trocas e favores. Você deve estar pensando em algo como “Utopia” (ou “Babilônia”, dependendo da sua formação ético-religiosa), né? Errado, pois esta é Black Rock City, lar do Burning Man Festival.

Ahn??? ComassimVanusa???
(Sim, eu prefiro “Vanusa”, é mais patriótico, mas enfim...) =D

Há toda uma mitologia em torno desse festival anual, tanto que, na primeira vez em que ouvi sobre ele, me foi relatado como “o lugar onde você realmente verá de TUDO!” e – pesquisa aqui, pesquisa ali – descobri que se trata de um grande festival cultural. Não apenas grande, mas GRANDE, caro leitor, tanto que Black Rock City (a cidade de 45 mil pessoas que abriga o evento) só existe nos 8 dias de festa, sendo que – ao final – há um compromisso mútuo de que não reste qualquer vestígio de presença humana ali até a próxima reunião (ou seja, um ano depois). O que rola nesse meio tempo (além de arte, música, bebidas, exoticidades e etc)? Well, veja por si mesmo...











"Queeeeima, Soraia!!!!"


Bom, por mais imagens que eu mostre, acho que não conseguirei passar nem um vislumbre do que deve ser esse festival (não, nunca fui, mas já decidi que não posso morrer sem ir lá antes), então para quem estiver de passagem por Nevada entre os dias 30 de agosto e 06 de setembro do ano que vem, fica a dica!

Se quiser saber mais, eles também tem um site oficial e volta e meia alguém posta (várias) fotos e alguns vídeos na net, como esse...



Reiterando: Eu não posso morrer sem conhecer esse lugar!!!

Hasta!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009