
Em qualquer dicionário que você consulte, verá a definição de “relicário” como receptáculo destinado a guardar um objeto (uma relíquia) destinado a culto religioso. Numa definição mais ampla, será visto também como um receptáculo destinado a guardar algo precioso, como uma memória por exemplo. De uma forma ou de outra, a imagem do relicário me fez pensar bastante na internet e nos sites pessoais que andam ou pipocando ou se consolidando por aí.
Pensa comigo: seja por Orkut/Twitter/Blogs/Facebook/Myspace/Wathever as pessoas compartilham parte de suas vidas com o mundo. Cada janela, cada perfil se torna um pequeno relicário particular, nos quais depositamos parte de nós mesmos e os quais esperamos que – de uma forma ou de outra – despertem a atenção (ou o desejo, dependendo do caso) de alguém na grande massa globalizada. Essa grande massa também produz, através de cada um de seus integrantes, vários relicários/molduras/vitrines (outras palavras que me vieram agora à cabeça) os quais displicentemente olhamos e ocasionalmente nos chamam a atenção a ponto de reparar mais ou acompanhar. Numa outra comparação, é como se a internet se tornasse uma imensa avenida comercial, na qual cada vitrine tenta, a seu modo, te chamar a atenção.
Um pouco confuso, não? Mas à medida que eu escrevo, me vem à mente mais e mais idéias e comparações para uma idéia que é absurdamente simples. O ser humano é, por definição, um ser social e – consequentemente – precisa de atenção; e num meio tão rico de possibilidades como a internet, se faz valer do que pode (e do que não pode de vez em quando) pare se promover perante os outros. No fim usamos a rede para vender, entre tantas outras coisas, parte da nossa vida (às vezes plastificada e perfeita, às vezes um tanto crua e sem aditivos, depende do caso).
Claro que não vou me excluir dessa regra, seria putaquecaralhomente hipócrita da minha parte e eu nunca fui muito chegado em mentiras, mas é algo que, muitas vezes, me pego pensando (e, mesmo assim, continuando a fazer). Quanto da sua vida você deposita no seu relicário (prefiro esse termo aos outros, é um tanto mais poético) particular? Pra que continuar com isso? Isso dá algum resultado?
Hasta!
acho que esses sites de relacionamento são uma mão na roda pra fazer as pessoas se sentirem como as coisas que elas são incutidas a quererem/consumires/desejarem; ou seja, serem um pouquinho mais como um produto. claro que isso é uma merda, mas não imagino o que se pode fazer para ir contra essa maré. se soubesse, ahco que não teria blog/flickr/orkut/twitter/etc XD
ResponderExcluirah, e esse desenho tá lindo demais. gostei muiito mesmo! :)
putalindona essa ilustração! Muita gente se plastifica para se relacionar... mas há quem apenas procure iguais no meio da multidão e passe a se sentir menos sozinho no mundo! Até mesmo aqueles que se plastificam e lustram para "se vender" aos outros...
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