quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O teatro de sombras...

“Há muito tempo atrás, numa cidade bem pequena, vivia uma velhinha chamada Ofélia...”

Assim começa “O teatro de sombras de Ofélia”, livro de Michael “A-história-sem-fim” Ende que conta a história de uma velhinha que, durante toda a vida, se dedicou ao teatro. Tudo bem que não como uma atriz (como ela e os pais queriam), pois Ofélia tinha a voz bem fraquinha, mas mesmo assim uma vida dedicada ao teatro! De como, com o advento de novas tecnologias (TV, rádio, entre outros), seu teatro fechou e ela se viu na rua da amargura e de como – fantasticamente – ela conseguiu dar a volta por cima. É um livro infantil bem bonitinho, com uma história apaixonante (eu, pelo menos, sou apaixonado por essa história até hoje) e que há uns 3 anos atrás tentamos adaptar para o teatro.


"Mas toda sombra tem um dono!" disse Ofélia. "Nem todas!", respondeu Sombra Marota. "Como eu, há muitas sombras sem dono espalhadas por aí!"


(aliás, é o que você mais vai encontrar se pesquisar esse livro na net, referências às montagens teatrais, mas isso não vem ao caso agora...)

Foi uma época legal, exaustiva (como toda boa peça de teatro) e saudosa, por vários motivos, alguns relacionados à peça, alguns não, mas enfim... Também foi uma época em que, armado da minha camerazinha analógica, eu brincava de ser fotógrafo (coisa que, infelizmente, descobri que não sou). Lembrei disso por reencontrar aquelas velhas fotos no meio da bagunça do meu quarto. Bateu aquela saudade e uma vontade de fazer tudo de novo (tanto o teatro de sombras quanto brincar de ser fotógrafo). Quem sabe quando eu sair daqui? =)

Enquanto isso ficam as fotos, as lembranças e as (novas) idéias...

(aaaanja!!!)

Hasta!

domingo, 20 de setembro de 2009

O tempo passa...

A temporada de cárcer, digo molho em casa continua e - a cada dia que passa - se torna mais e mais incômoda. Agora posso dizer com toda propriedade que me tornei um ser noturno, só conseguindo dormir com a chegada do Sol. Dentro do quarto me deparo com os anos e anos de lembranças e fotos e músicas e vestígios que fui guardando por aqui e esqueci de organizar (coisa que, aliás, ainda não fiz).



Impossível não sentir saudade já que (pelo menos aparentemente) as coisas eram bem menos complicadas até alguns anos atrás. "Quando nos tornamos tão caretas?" é uma pergunta que não sai da minha boca. O meu eventual alívio é aquela teoria quântica de que, no tempo, tudo é simultâneo e - portanto - o que fiz ainda está acontecendo; alívio bem eventual mesmo já que no resto do tempo me sinto velho e cansado (principalmente se olhar como aproveitei bem o último ano e meio). No fim é isso que me resta agora: o cansaço. Aquela impressão de que, mesmo se dormir um século, ainda acordarei cansado (e com essa porcaria de tala na minha perna).



Claro que isso não vai durar pra sempre (graças aos deuses), mas pelo menos por enquanto vou “curtindo” essa fossa, esse momento contemplativo como eu gosto de chamar. Às vezes é necessário um pouco de repouso antes de retomar o caminho.

Hasta!

sábado, 12 de setembro de 2009

Sobre relicários e vitrines



Em qualquer dicionário que você consulte, verá a definição de “relicário” como receptáculo destinado a guardar um objeto (uma relíquia) destinado a culto religioso. Numa definição mais ampla, será visto também como um receptáculo destinado a guardar algo precioso, como uma memória por exemplo. De uma forma ou de outra, a imagem do relicário me fez pensar bastante na internet e nos sites pessoais que andam ou pipocando ou se consolidando por aí.

Pensa comigo: seja por Orkut/Twitter/Blogs/Facebook/Myspace/Wathever as pessoas compartilham parte de suas vidas com o mundo. Cada janela, cada perfil se torna um pequeno relicário particular, nos quais depositamos parte de nós mesmos e os quais esperamos que – de uma forma ou de outra – despertem a atenção (ou o desejo, dependendo do caso) de alguém na grande massa globalizada. Essa grande massa também produz, através de cada um de seus integrantes, vários relicários/molduras/vitrines (outras palavras que me vieram agora à cabeça) os quais displicentemente olhamos e ocasionalmente nos chamam a atenção a ponto de reparar mais ou acompanhar. Numa outra comparação, é como se a internet se tornasse uma imensa avenida comercial, na qual cada vitrine tenta, a seu modo, te chamar a atenção.

Um pouco confuso, não? Mas à medida que eu escrevo, me vem à mente mais e mais idéias e comparações para uma idéia que é absurdamente simples. O ser humano é, por definição, um ser social e – consequentemente – precisa de atenção; e num meio tão rico de possibilidades como a internet, se faz valer do que pode (e do que não pode de vez em quando) pare se promover perante os outros. No fim usamos a rede para vender, entre tantas outras coisas, parte da nossa vida (às vezes plastificada e perfeita, às vezes um tanto crua e sem aditivos, depende do caso).

Claro que não vou me excluir dessa regra, seria putaquecaralhomente hipócrita da minha parte e eu nunca fui muito chegado em mentiras, mas é algo que, muitas vezes, me pego pensando (e, mesmo assim, continuando a fazer). Quanto da sua vida você deposita no seu relicário (prefiro esse termo aos outros, é um tanto mais poético) particular? Pra que continuar com isso? Isso dá algum resultado?

Hasta!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Resumo da novela...

Eis que, pela terceira semana (e terceiro ortopedista) seguida eu descubro que o médico da semana passada me fudeu: não só atendeu mal, como foi posudo, me receitou um remédio que, por ora, é desnecessário e – pra completar – me deu um diagnóstico totalmente errado.

Eis que, de novo, eu me encontro sob o risco de encarar uma cirurgia no joelho e passar por um looongo período de reabilitação, o que pode prejudicar todo o semestre que eu planejei de forma tão cuidadosa na faculdade (e na minha vida também).

Eis que, repentinamente, me encontro dependente da minha família pra fazer algumas coisas bem simples e me vejo ser, às vezes, tratado como um bibelô de cristal (orgulho? Pra quê?).

Eis que me encontro aqui, mais uma vez, a tentar prever meu futuro nesses próximos meses... há quem diga que isso seja inútil ou a minha mania persistente de querer programar tudo (mesmo vendo, logo depois, que a teoria do caos não me permite tal façanha), mas às vezes acho que preciso disso; dessa segurança ilusória e momentânea. Já não faço promessas (de prazos) referentes à minha volta àquele ritmo de vida frenético... estou me desabituando a isso. Talvez seja melhor esperar os fatos acontecerem antes de dizer qualquer coisa.

Alea jacta est

Hasta!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Falando em intervenções...

Falando em intervenção/arte urbana lembrei de dois casos curiosos/interessantes/foda-se, o blog é meu...

Há alguns anos atrás, o Alexandre Órion fez uma intervenção no túnel Max Feffer, em São Paulo, “desenhando” crânios humanos ao longo de, aproximadamente, 350 metros da parede do túnel. Digo “desenhando” assim, entre aspas, porque enquanto ele fazia o desenho ele subtraia a fuligem da parede. É, isso mesmo, ele estava limpando o túnel!


Lalalalalalala....




O outro caso também aconteceu já há alguns anos. No dia 28 de junho (dia do orgulho gay) alguns alunos do Instituto de Artes da UnB fizeram uma intervenção urbana na Catedral de Brasília, “pintando-a” de rosa numa ação que, segundo eles mesmos gostam de ressaltar, não causou nenhum dano ou seqüela no patrimônio público. A ação foi toda gravada em vídeo e disponibilizada no youtube (Yes!!!).



Hasta!

WK Interact

“Intervenção urbana é um tipo de manifestação artística geralmente realizada em áreas centrais de grandes cidades. Consiste em uma interação com um objeto artístico previamente existente (um monumento, por exemplo) ou com um espaço público, visando colocar em questão as percepções acerca do objeto artístico.”

(Wikipédia)

Ok, eu sei que é muito superficial começar um post sobre arte com numa definição da Wikipédia, mas – mesmo que bastante limitada – acho que é um conceito básico e válido pra iniciar o assunto. Na verdade intervenção urbana é tudo aquilo que (como o próprio nome diz) interfere no espaço e no cotidiano das cidades, razão pela qual também incluo nessa categoria os happenings, Flash Mobs (e consequentemente os Urban Playground, embora esses sejam mais lúdicos).

Na verdade já vinha desviando uma atenção especial (só desviando a atenção mesmo, praticar ainda é outra história) a esse tipo de arte e na forma relativamente “subversiva” com que ela surge nas cidades (o grafitti, os stickers, o stencil), mas acho que fui fisgado de vez depois de ver o trabalho do WK Interact.









Há também alguns videos sobre o processo de trabalho dele no youtube, não é difícil encontrar (embora o “WK Survival Camo” viva dando problema, mas enfim... releva que é melhor).

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O "Reino das idéias" ou "A casa encantada"?



Uma das notícias que mais têm rendido discussão essa semana (e piadas, principalmente) entre os nerds malditos de plantão foi a compra, por 4 bilhões de dólares, da Marvel Entertainment pela Walt Disney Company. Alguns acharam bom, outros (muitos) acharam graça e há quem julgasse isso um sinal do fim-dos-tempos. Na minha opinião? Por que não?

Tipo, vamos olhar por esse lado: a principal “concorrente” da Marvel, a DC Comics pertence a outro conglomerado (coincidentemente, a maior “rival” da Disney), a Warner Brothers e – contínuas reinvenções e cagadas editoriais à parte – é, junto da Marvel, uma das empresas mais fortes do setor. Não creio que será isso a afundar e/ou infantilizar e/ou emburrescer a “Casa das idéias”, talvez até a torne mais forte (e, conseqüentemente, lucrativa). Meu único medo é de que, assim como a DC, a voracidade capitalista supere o bom-senso editorial e o respeito aos leitores e eles comecem a querer reescrever (oficialmente) as origens e fatos e tantas outras coisas em função dos produtos lançados (exemplo? Vide o Superman antes e depois de Smallville), mas vamos ter um pouco de fé nos nossos editores, né?


Por enquanto eu vou curtindo as visões futurísticas que estão pipocando pela rede...







(PS: Cada imagem te leva direto à galeria de cada autor, porque eu também não vou sair elzando as imagens à torto e à direito, né?)

(PPS: ...pelo menos não assim, na cara-dura!) XP

Hasta!