quinta-feira, 11 de março de 2010

Po$$o?

Uma das primeiras coisas que me disseram ao entrar no curso de Artes foi que a diferença básica (e resumida) entre Arte e Design é que, enquanto o Design é totalmente funcional e comercializável, a Arte não é (e ai de quem falar sobre “pinturas”, “combinação” e “sofá”... é morto com requintes de crueldade extrema pelos mais xiitas). Desde então tornou-se comum ver os mais puristas tratarem com desdém ou mesmo asco qualquer proposta artística que envolva alguma linha possivelmente comercial (que, além do design podemos citar também o artesanato e os quadrinhos... sim, é o meu ponto-de-vista, dá licença?). Enfim, frente à isso me pego pensando: sendo o artista contemporâneo descendente de uma longa linhagem de quebradores de regras e convenções, dizer-lhe onde pode ou não pisar não seria estabelecer uma limitação (ou, numa concepção mais pesada, impor uma “censura”)?

Crie-se com essas limitações...

Não que se trate de um tabu; vários são os artistas (ou, dentro dos termos técnicos: estilistas, designers e afins) que não se limitam a essa (eterna) questão conceitual e se arriscam a misturar o artístico + o comercial (às vezes resultando em sucesso, às vezes não... depende do ponto de vista e do quão imediato você queira calcular isso).

O primeiro exemplo que me vêm à cabeça é o do artista/estilista (ah, cansei de usar rótulos!) Jum Nakao e o inesquecível desfile de vestidos de papel-vegetal na São Paulo Fashion Week; alguém pode dizer que, além de moda, isso não é arte?



Claro, também poderia citar exemplos dos quadrinhos, da arquitetura, da música e do cinema (embora esses dois últimos, embora declaradamente comerciais, são mais bem-aceitos pela “elite artística”), mas acho que hoje fui picado pelo bichinho da moda (não, não ouvi Lady Gaga hoje; embora pague pau pros looks dela e ainda esteja boquiaberto com aquela história do “vestido vivo”), enfim...

Sei que é dessa mesma “elite artística” que desdenha e impõe regras que depende minha futura graduação, mas... putz! Quero fazer arte!

(em quaisquer segmentos/possibilidades que eu puder)

Hasta!

PS: Pensando seriamente em criar a tag “prontofalei” no blog... é só o que anda rolando, né?

2 comentários:

  1. E aquele lance todo de vender quadros para os ricos em leilões exorbitantes?

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  2. algumas pessoas acham que arte é algo acessório, que não é realmente importante e necessário e que por isso não merece reconhecimento nem retorno financeiro. já outros adoram um esteriotipo de artista podre, comendo tinta a la van gogh. acredito que não se encontra mais ou menos criatividade entre esses extremos, e sim num lugar que pouco tem a ver com grana: a mente do artista. tanto faz se ele tem um orçamento milionário ou apenas lixo como material, se há criatividade, ele vai fazer algo digno de nota. se algo nos chama a atenção por seu conceito ou beleza, se agrega algo significativo a nossa vida, qual o problema em pagar um pouco por isso? quem nunca pagou por um livro que mudou sua vida, ou viu um filme que o marcou? não pagou por eles?

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