terça-feira, 17 de agosto de 2010

Quem fala o que quer...

Nunca conheci minha bisavó; e, embora tenha sérias suspeitas de que – caso nos conhecêssemos – rolaria uma SÉRIA incompatibilidade de gênios ("os iguais se repelem", já diz a física); não posso negar que a admiro: seja por sua postura firme, ou por sua intolerância a piadinhas que a diminuíssem (ou à família) de alguma forma. Minha avó chega a contar que uma de suas frases mais freqüentes era “A gente, quando não tem o que falar, enfia o dedo no cu e cheira!”.



E por que estou falando de minha bisavó e sua (já icônica) frase de respeito? Porque juro que, às vezes, queria ter esse mesmo pavio curto com gracejos idiotas que algumas pessoas falam para se sentirem superiores. Sabe aquelas pessoas que parecem não saber se comunicar e – sabe lá Freud por quê – acham que é uma boa idéia começar uma conversa (ou mantê-la) com provocações? Sabe quando você – por hábito ou por motivos que só o mesmo Freud explicaria – resolve não se irritar com a situação e a leva com o máximo de educação e elegância que sua calma permite? Sabe quando, depois da conversa com a referida pessoa, fica aquele sentimento residual de vergonha? Pois é...

Há quem diga que “pessoas boas só se fodem”; um tanto exagerado na minha opinião já que “bom” e “mal” são conceitos putaquecaralhomente relativos e que a idéia de basear toda sua interação social em opções tão limitadas seria - no mínimo - muito precipitado e inocente, mas certamente educação demais (assim como tudo em demasia no mundo) pode se tornar um problema.

Nessas horas apóio quem diz que grosseria é algo necessário à convivência humana...

"Aí eu larguei minhas coisas no chão e rodei a mão na cara dela!!!"


(Ok, talvez uma grosseria não TÃO direta... o.ô)

Hasta!

3 comentários:

  1. Hum... Olha, geralmente faço isso... Se tenho muita consideração com a pessoa, eu vou averiguar o que a fez agir comigo de determinada maneira. A velha arte de conversar, deixar tudo às claras. Porque, dependendo da maneira como ela age, talvez isso tenha sido um fruto de um mal-entendido.
    Mas se eu mal conheço a pessoa, ou se vejo que ela simplesmente age de crueldade, aí depende muito do meu humor. Tem vezes que eu acho a pessoa tão insignificante que nem me preocupo com ela. Talvez me limite a uns cortezinhos básicos. Mas algumas vezes me pegam num mau dia, então eu dou o troco. E faço questão que seja BEM dado. That's it.

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  2. essa frase da sua bisavó é perfeita
    disse tudo

    abração

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  3. Salve! Pedro

    Faço coro com o Mauj: Tua bisavó deveria ser canonizada. Acho essa réplica do dedo no "referido" o máximo. hahaha
    Eu também cresci junto com uma velhinha que tinha muitas tiradas desse género.

    Na verdade há gente que não tem espelhos em casa e leva a vida infernizando a existência dos outros com o seu mau-carácter. Educação. Muita falta de educação. Como se diz lá no sítio donde vim: Muita falta de chá!
    A esse tipo de gente eu passo a evitar e na impossibilidade de lhes fugir, recuso-me a lhes mostrar o menor sorriso de cordialidade. Não tenho muito jeito para confrontos de personalidade, a menos que avancem directamente contra a minha dignidade pessoal; aí eu parto para cima com cavalaria, infantaria e toda a parafernália de arremesso verbal.

    Abraço

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