terça-feira, 9 de junho de 2009

O feijão e o sonho...

Trabalhar fazendo o que se gosta... Para a maioria das pessoas que conheço, isso soa bastante utópico; até impossível às vezes. Não as culpo, claro. Com tantos concursos públicos pipocando por aí e a oportunidade de se levar uma vida estável financeiramente, é bastante lógico se abdicar dos sonhos em prol de um pouco de conforto.

- Bem que a mamãe falou pra eu fazer um concurso...



Abdicar dos sonhos... foi isso mesmo que eu disse?

Alguns garantem que essa condição – a de funcionário público que abriu mão de seus sonhos primários em favor de um pouco de estabilidade – é passageira: só até se estabilizar de vez e poder dar os primeiros naquele projetozinho que há muito vem lhe atentando as idéias. Outros simplesmente esquecem os projetos e se mantém, confortavelmente, naquela rotina estável.

Rotina... Particularmente essa é a parte que sempre me assusta na hora de pensar em fazer um concurso público: a de me acomodar com a rotina, com a inércia, de me deixar estabilizar e (com isso) permanecer parado pra sempre; me divertindo, ocasionalmente, com uma fofoca de escritório ou sacaneando quem estiver abaixo de mim numa hierarquia burocrática.

Volta e meia me pego lembrando da (meia, pois cheguei atrasado) palestra do Lourenço Mutarelli no CCBB há alguns anos, na qual ele simplesmente disse “Gente, olha só como são as coisas: gosto de criar histórias e desenhar e sempre fiz o que gostava de fazer. Hoje o Banco do Brasil ta me pagando pra vir aqui e falar isso pra vocês!”; quase a mesma coisa que o Tide Hellmeister disse na palestra do NDesign (só que sem a intervenção-capitalista-pseudo-filantrópica do BB, claro).

Ta, soei completamente piegas agora citando caras renomados e tals, mas não consigo parar de pensar que existe a possibilidade de crescer na vida simplesmente fazendo aquilo pelo que se tem paixão. Isso faz de mim mais um tolo sonhador?

Porque acho deprimente depender de algo que se odeia fazer. Não direi nunca, mas acho muito difícil conseguir se produzir algo de bom quando não há nenhuma paixão envolvida no processo. E eu – desculpa aí! – ando me descobrindo cada dia mais como ser passional (ou seja, aquele que provavelmente vai comer o pão-que-o-diabo-amassou, mas que o fará com um sorriso no rosto).

(... ok, troca o “um sorriso no rosto” por “uma boa-vontade inabalável”. Faz mais sentido!) ^^”

Hasta!

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