Acho que o que sempre me desagradou nessa história de
autoridade e hierarquias é que, em essência, todas parecem se basear em
subestimar quem se encontra “por baixo” (ou pelo menos assim sempre me
pareceu). Veja bem, desde muito pequenos aprendemos a lidar com as primeiras
autoridades de nossas vidas: nossos pais (o que, de certa forma é positivo
enquanto nos impede de nos tornarmos escrotos e/ou egoístas) e – com o passar
dos anos – muitos deles se acomodam com a imagem de que seus filhos são muito
novos e, por isso, possuem uma compreensão (muito) limitada da vida, sem saber
do que seus rebentos são realmente capazes ou (às vezes por negação) sem
admitir que os mesmos estão crescendo (e/ou se desenvolvendo e/ou mudando).
Depois temos de lidar com os professores, os quais por vezes
(por uma questão de ego ou simples acomodação) negligenciam alguns alunos,
tomando-os por “inaptos” e evitando qualquer esforço em descobrir sua
potencialidade (dos quais, alguns, sem tal conhecimento e estímulo, acabam por
aceitar a “inaptidão” e nela permanecendo por inércia).
Policiais, chefes, políticos... a lista de autoridades que
muitas vezes subestimam todos a seu redor é grande; cada caso com suas
particularidades, mas – essencialmente – iguais.
Penso agora se isso não teria alguma relação com baixa
auto-estima (um dos males do século e – como considero – mãe de muitos outros
males), mas subitamente lembrei do ditado que diz que “se quiser conhecer
realmente alguém, dê-lhe poder” e sua (muito) desastrosa aplicação na
experiência de Stanford. De toda forma, continuo com uns três (?) pés atrás com
qualquer autoridade, seja ela auto-proclamada ou não. Serei exagerado?
Inté!
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