Quatro meses... Juro que, antes, responderia displicentemente que saí de casa a mais tempo: cinco, seis meses? Já foram nove? Quase um ano? Como é bem conhecido, a noção de tempo é bem relativa.
A questão é que, desde de minha vinda repentina à Sampa, muita coisa aconteceu: da procura por um lugar (semi-decente) pra morar, à saudade dos que deixei no Planalto central, passando pelo início num emprego totalmente desconhecido, as belas e estranhas (e assustadoras) pessoas que encontro em cada esquina, as boas baladas (e as furadas também), até chegar à atual bagunça em que me encontro... Acho que posso dizer que essa aventura se parece cada vez mais com a história de Alice ou "The arrival" (mas sem tanto glamour ou exuberância gráfica).
Meu atual status pode ser definido como empregado (ufa!), residente da Zona Leste paulista, baladeiro ocasional e louco por mudanças. Não digo "mudanças" como a que foi vir pra cá ou mudar a cor do cabelo de novo (que, aliás, voltou à sua cor naturalmente azulada), mas de - uma vez sobrevivendo fora de casa - querer evoluir, "melhorar de vida" como diz o senso comum.
Houve quem dissesse que, se eu queria conforto, não deveria ter saído de casa. Há quem sugira (ainda) que eu posso sempre voltar, e confesso que penso nessa possibilidade sempre que a barra pesa muito. Digo, é claro que - entre outras coisas e pessoas - sinto falta da comodidade que desfruto em casa desde que era criança e que, às vezes, experimento uma angústia que faria o próprio Charlie Brown corar por reclamar tanto e ser tão amador, mas não posso dizer que fui enganado: saí de casa consciente de que (se quisesse começar a construir algo meu) não seria fácil e tampouco rápido... então por que esse desânimo agora? Estaria o velho Pedro cansado de guerra? Aliás, teria o (velho) Pedro esperado tempo demais pra começar a própria vida?
Divagações sobre idade à parte (xô, Saturno!), talvez seja hora de dar um tempinho nessa correria caótica que rege meus dias e fazer um balanço, me organizar um pouco pra realizar as tão desejadas mudanças; força e velocidade não valem muito se você não souber pra onde vai.
E lá vamos nós!
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