quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Jeitinho brasiliense...

♫ “Brasília, a terra do carão...” ♪

Assim dizia uma música que ouvi a alguns anos num CD promocional do Paroutudo.com que o Devs ganhou de alguém, e que o mesmo fazia questão de ressaltar sempre que incomodado com o “jeitinho brasiliense” de ser (ou seja, diariamente). Implicância ou não, ele não é o primeiro (e algo me diz que não será o último) a me reclamar da postura fria e posuda dos cidadãos da capital... e o pior é que sou forçado a concordar com ele.

Qualquer um que viaje ocasionalmente por aí deve notar que – em relação aos brasilienses – as pessoas de outros estados são mais simpáticas e receptivas a conhecer gente nova (ou, pelo menos, assim demonstram); não se esforçam (tanto) em manter uma pose ou em simular possuir um “status”, mas por que essa diferença?

Há quem culpe o fato de se tratar de uma cidade planejada: nascida pronta há 50 anos, sem ter tido tempo, ainda, de desenvolver uma “alma” própria ou um senso de comunidade em seus cidadãos; e há quem atribua a situação, também, ao fato de que a cidade já nasceu destinada à elite do Governo (governantes, funcionários públicos, burocratas e afins), já devidamente separados e organizados por setores da cidade. Independentemente da razão, o fato é que muitas vezes pego várias pessoas (e, pra minha vergonha, eu mesmo) assimilando essa postura seca (sem trocadilhos com o clima daqui, embora seja quase impossível não associá-lo) e, verdade seja dita, é um tanto constrangedor se dar conta disso.

Tento romper, todos os dias, esse estereótipo; essa distância segura (como alguns preferem definir) que os brasilienses parecem naturalmente – e culturalmente – ter, mas quão difícil é vencer um hábito carregado desde o nascimento! Mesmo assim é sempre bom (e sensato) ter consciência de que hábitos podem ser mudados e que – no final das contas – pessoas definitivamente não são ilhas.

(frases feitas, sim, mas nem por isso menos verdadeiras)

Hasta!

Um comentário:

  1. Tenso. Mas é verdade. Tb tento quebrar o esteriótipo, porém acho que clima seco afeta a personalidade seca tb (sem determinismos, apenas uma constatação). É a cultura local (ou a falta de), acostumamo-nos assim e até rimos disso (que coisa, não?). Difícil é mudar o paradigma (por isso cada dia que passa tenho mais vontade de daqui).

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