Foi o que me perguntou, subitamente, uma garota nova na
república e confesso que demorei um tempo para responder, não só pela
imponderabilidade da pergunta (que foi respondida com um seco “Não, não sou
castrado”), mas também pelo fato de ter partido de alguém que nunca vi na vida
e que se julgou com intimidade (instantânea, diga-se de passagem) suficiente
para fazer uma pergunta dessa natureza.
Daí você pergunta “Ok, e o que tem de mais?” É que, somada á
consequente falta de graça da garota ao notar a indiscrição da pergunta e suas
desastrosas tentativas de reparação (“Não, eu quis dizer se você era gay ou
homem de verdade”) foi inevitável lembrar da forma “carinhosa” com que uma
colega de faculdade se referia a mim, pelas costas (“Aquela moça”) e a forma
como, em ambos os casos, a associação com uma possível associação com a
feminilidade é vista como algo negativo.
Claro que não quero entrar numa discussão sobre homossexualidade e performance de gênero,
visto que isso seria incrivelmente teórico, cansativo e pedante (da minha
parte), mas – dados os contextos citados (nenhum deles cômico) – sempre me
pergunto se as garotas em questão, colocando o feminino como algo pejorativo,
tem noção de suas palavras... estariam, elas, repetindo o senso-comum de uma
sociedade (ainda) machista ou realmente pensariam que ser mulher é algo vergonhoso?
Ou, em ambos os casos, eu poderia taxá-las de machistas?
Hasta!
essa história pedro, me lembro de uma itrevista do joão silveira trivisão,que ele respondi,uma pergunta sobre ser homem, ele respondeu ,sim sou homem,mas não o homem destes padrão já conhecido do modela machista,mas sim um deferente deste modelo....mas ou menos assim....
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