quinta-feira, 12 de julho de 2012

"E você, é homem?"



Foi o que me perguntou, subitamente, uma garota nova na república e confesso que demorei um tempo para responder, não só pela imponderabilidade da pergunta (que foi respondida com um seco “Não, não sou castrado”), mas também pelo fato de ter partido de alguém que nunca vi na vida e que se julgou com intimidade (instantânea, diga-se de passagem) suficiente para fazer uma pergunta dessa natureza.

Daí você pergunta “Ok, e o que tem de mais?” É que, somada á consequente falta de graça da garota ao notar a indiscrição da pergunta e suas desastrosas tentativas de reparação (“Não, eu quis dizer se você era gay ou homem de verdade”) foi inevitável lembrar da forma “carinhosa” com que uma colega de faculdade se referia a mim, pelas costas (“Aquela moça”) e a forma como, em ambos os casos, a associação com uma possível associação com a feminilidade é vista como algo negativo.

Claro que não quero entrar numa discussão  sobre homossexualidade e performance de gênero, visto que isso seria incrivelmente teórico, cansativo e pedante (da minha parte), mas – dados os contextos citados (nenhum deles cômico) – sempre me pergunto se as garotas em questão, colocando o feminino como algo pejorativo, tem noção de suas palavras... estariam, elas, repetindo o senso-comum de uma sociedade (ainda) machista ou realmente pensariam que ser mulher é algo vergonhoso? Ou, em ambos os casos, eu poderia taxá-las de machistas?

Hasta!

Um comentário:

  1. essa história pedro, me lembro de uma itrevista do joão silveira trivisão,que ele respondi,uma pergunta sobre ser homem, ele respondeu ,sim sou homem,mas não o homem destes padrão já conhecido do modela machista,mas sim um deferente deste modelo....mas ou menos assim....

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