quinta-feira, 7 de abril de 2011

terça-feira, 5 de abril de 2011

Amor violeta

O amor me fere é debaixo do braço,
de um vão entre as costelas.
Atinge o meu coração é por esta via inclinada.
Eu ponho o amor no pilão com cinza
e grão de roxo e soco. Macero ele,
faço dele cataplasma
e ponho sobre a ferida.

(Adélia Prado)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Come as you are...

“A primeira impressão é a que fica” e “Propaganda é a alma do negócio” são, desde que me entendo por gente, as máximas no que diz respeito aos negócios e até mesmo às relações interpessoais. Quem ousaria discordar? Mas – mesmo com toda a lógica contida nesses pensamentos – não consigo deixar de achar graça (às vezes, até mesmo entediante) a forma como, sempre que começava um relacionamento, meus “pretendentes” ressaltavam suas qualidades numa aparente (e, algumas vezes, desesperada) tentativa de causar boa impressão. Não os desmerecendo, claro, eram caras maravilhosos; mas o que quero realmente dizer é que – independente do andamento dos casos – tanta autopromoção era totalmente desnecessária.
Sei que falo apena por mim, mas sempre preferi descobrir as afinidades e diferenças com as pessoas aos poucos, com a convivência (como qualquer relacionamento se desenvolve). Às vezes descobrir que o outro compartilha algo que – até então – você julgava ser só seu ou até mesmo aquela implicanciazinha insuportável é mais interessante que ter um dossiê entregue em mãos (o que não é muito difícil, dado que estamos na era das redes sociais, mas nesse caso a iniciativa costuma ser sua).

Talvez por isso (em protesto ou, às vezes, simplesmente pra bancar o “diferente”) eu acabe, em troca à autopromoção alheia, por entregar todos os meus defeitos, numa espécie de “aviso aos navegantes” (olha, esse sou eu: sarcástico, dramático e com um humor totalmente influenciado pela Lua. Se, mesmo assim, você quiser continuar comigo, tudo bem!). Infantil? Muito provavelmente. Aliás, se pararmos pra pensar, meu hábito pode ser considerado tão superficial e desnecessário quanto a necessidade de se autopromover em demasia nos primeiros encontros. Mas, se todos o fazem, não deve ser algo tão aberrante assim, não?

"I was born this way... imperfect"

É bom lembrar que – nesse “joguinho” inventado – somos todos humanos, imperfeitos e constantemente insatisfeitos... Podemos brincar de nos descobrir assim?

Hasta!