domingo, 27 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Nunca esqueça quem você é e de onde veio...


Porque acabei de ler ("devorar" na verdade) a graphic-novel e agora estou louco pra ver o filme! Simples assim.

Hasta!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Má influência???



Tive de ouvir isso ontem (ou anteontem, visto que minhas atividades intelectuais geralmente ultrapassam a barreira calendárica da meia-noite) e durante todo um dia fiquei cozinhando o ódio e a revolta como uma panela de pressão, logo peço licença (e, ocasionalmente, perdão) a um momento de escape, do contrário corro o risco de explodir minhas mágoas sobre alguém inocente.

Para quem não sabe, sou o mais velho de seis irmãos e há cerca de dois meses atrás saí do armário pras duas irmãs do meio (ambas adolescentes) já que – assim como fui criado – acredito que o mais justo a se fazer é ser honesto sobre quem se é, sobretudo com aqueles que mais amamos. Passado o estranhamento inicial (sempre acontece), conversamos naturalmente, como sempre aconteceu antes da “revelação” e confesso que isso me trouxe uma leveza de espírito incomparável, do tipo que se sente quando se nota que, a despeito dos trancos, barrancos e estereótipos criados, se é amado de verdade por ser quem se é. E acho que pode-se dizer que isso me trouxe um pouco mais de descontração dentro do ambiente familiar dado que – de certa forma – me fez sentir mais em casa.

Pois quando não é minha surpresa/indignação/revolta quando escuto de uma das pessoas em que mais confio a suposição de que – em meu jeito de agir – posso estar exercendo uma má influência sobre as meninas (e os dois irmãos menores); que no meu hábito de falar o que vêm à cabeça (e, parcialmente, na minha arte também) eu imponho minha sexualidade e toda a minha cultura gay a crianças que ainda estão em fase de formação psicológica podendo influenciá-las de alguma forma mais à frente.

Como responder a isso?

Deveria, então, ensiná-los coisas bonitas e clichês sobre amor e honestidade, mas – na prática – transmitir-lhes que a verdade NÃO deve ser dita e que a hipocrisia é a lei dominante, absoluta e irrevogável? Devo - no papel de irmão mais velho (e padrinho de um deles) - ensiná-los que, a despeito de sermos iguais em direitos e deveres, a televisão está certa ao objetificar a mulher, firmar o arquétipo do machão insensível como norma e taxar gays, lésbicas e trans como um grupo estereotipado e menor em cidadania?

É, talvez eu devesse fazer isso mesmo.

Na boa, posso não ser um homem/cidadão/irmão/padrinho exemplar (e nem sei se o quero ser), mas sei o que é ser segregado por diferir dos outros na escola, ser motivo de piada por gostar do que (e de quem) eu gosto e até mesmo por tentar infligir o mesmo aos outros e posso dizer com toda a certeza que NÃO VALE A PENA. Não vale o peso na consciência nem o sentimento de culpa (que, comparando agora, é muito maior ao que eu senti no meu processo de aceitação).

Logo, respondendo com todo o atraso que o sentimento de perplexidade e meu raciocínio lento puderam me proporcionar, não acho que meu “jeitinho” possa ser má influência aos meus irmãos ou, pelo menos, do jeito que foi apontado; eles tem personalidade (uns até demais, diga-se de passagem), contam com a mesma formação moral que eu e no que depender de mim não passarão pela mesma angústia e sentimento de culpa que passei ao constatar que não fazia parte de uma sociedade-rebanho (afinal esse é um suplício que não desejo a qualquer pessoa).

(a menos, é claro, que a mídia tenha declarado, de ontem pra hoje, a honestidade como um desvio de conduta; nesse caso assumo meu papel subversivo)

Hasta!