quinta-feira, 29 de julho de 2010

Fun home

Dizem que amor e ódio andam de mãos dadas, quando falamos de família, então, essa máxima se torna verdadeira: quem nunca se pegou – em determinada altura da vida – odiando aqueles por quem dariam a própria vida? Esse foi o caso de Alison Bechdel e seu pai e mote principal de Fun Home – Uma tragicomédia em família.



Num projeto que lhe tomou sete anos de total dedicação, lembranças e investigações à parte (e que ganhou o prêmio Eisner de melhor obra de 2006), Alison desfia seu tumultuado relacionamento com seu pai, um homem manipulador e – ao mesmo tempo – fascinante com quem dividia a casa (ou o “mausoléu”, como, às vezes, ela se referia ao local), o amor à literatura e nada mais. Mas o que – à primeira vista – pode parecer mais uma daquelas historinhas clichês de diferenças entre pais e filhos logo ganha outros contornos quando revelado que o pai de Alison era, na verdade, gay enrustido. A partir daí, e da reação dela e do resto da família frente à morte acidental dele, o leitor se depara com um panorama (não-linear) da relação tumultuada dos dois, da aparente (e, às vezes, excessiva) preocupação dele com a aparência (não só num aspecto físico, como social) e das descobertas dela, sobretudo as sexuais (o que depois, à torto modo, se torna mais uma coisa em comum entre os dois... e sua principal diferença).

“Tomar partido é um tanto quanto heróico, e eu não sou um herói”
(Bruce Bechdel)

Alternando momentos de extrema sinceridade e humor, Fun Home oferece ao leitor uma história com a qual é muito difícil não se identificar em um ou outro aspecto pois, independente do aspecto queer da história, trata-se de uma obra de questionamentos comuns, como o peso da autoridade de um pai e – principalmente – a tentativa de um filho (no caso, Alison) de entendê-lo.

(sim, eu sei que não escrevi algo lá muito esclarecedor, mas eu simplesmente não podia não citar uma obra dessa qualidade aqui, ok?)

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Fontes (sim, pesquisei a respeito... qualquer semelhança é pura “referência poética”, ok?):

Entrevista no G1

Post no blog da Turma de Teoria Queer

Site da autora

E o blog da Alexandra, que me apresentou meu mais novo sonho de consumo (em suma, esta edição)
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Hasta!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Cara estranho´s day



Porque há dias em que o somos...

(a música fala por si)

Hasta!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Life in plastic...

Acho que o principal ponto que quero abordar nessa história (e que tem tornado o termo “plástico” tão negativo assim) é que – definitivamente – às vezes tenho a impressão de que não há mais pessoas de carne e osso por aí. Também pudera, quem gostaria de ser humano, limitado e imperfeito quando o hype é ser plástico? O plástico não envelhece tão rápido, não é carente, não caga, nem morre facilmente, o plástico é perfeito, reluzente, liso e totalmente pop, não obstante tod@s @s ídolos pop são de plástico... mas, peraí, do que estou falando?

Não há pessoas de plástico... não de verdade, mas mesmo assim continuamos na tentativa: qualquer imperfeição pode ser corrigida, qualquer atributo pode ser maximizado, qualquer pessoa pode virar uma celebridade. É tudo possível, é tudo fácil, é tudo... artificial?

"...It´s fantastic!"

Cada vez mais me convenço de que não só performamos nossos egos sociais como estamos nos tornando nossos próprios personagens (que sempre foram necessários, claro, mas nunca tão explorados e potencializados como hoje), pequenas caricaturas pessoais, turbinadas com os recursos oferecidos pela internet ou qualquer outra mídia. Se eu sou exceção à regra? De forma alguma! Esse blog (e os outros espaços virtuais) é a prova de que eu estou inserido nessa pequena feira de egos e máscaras. Mas acho que a grande questão é “O quanto essa persona social/virtual influencia na sua vida?”

Eu mesmo tento manter o Pedro Antônio e o Pedro Vianna – se é que podemos dar nome aos bois - em medidas iguais (agora, se estou conseguindo, já é outra história). De todo modo...



Hasta!

Welcome to the fantastic plastic world...

Semana corrida. Pra quem achou que esse semestre conturbado, confuso e constantemente interrompido na UnB seria levado “nas coxa” (confesso que eu, incluso), a atual e já tradicional acelerada no ritmo das atividades cai como um balde de água fria. Tudo bem, isso me ensina a nunca mais duvidar da UnB quando esta se determina a cumprir o calendário. Correrias e trabalhos à parte, é engraçado como, às vezes, coisinhas aleatórias de sua rotina se juntam subitamente em algo maior, como uma epifania, uma previsão do futuro ou – simplesmente – uma constatação do óbvio; no meu caso uma constatação grande, reluzente, industrialmente perfeita e totalmente maligna...

PLÁSTICO

O que é o plástico pra você? É o conjunto de Tuppewares que estão na cozinha? Sua coleção de LPs da Turma do Balão Mágico? Ou o seu IMac fodástico? Anyway, é quase impossível imaginar a vida de hoje sem a aplicação do plástico, não? Ele está presente em nossas vidas, em nossos empregos, em nossos estômagos... Sim, você não leu errado: em nossos estômagos mesmo (ou, pelo menos, se você come bastante peixe). Acho que não exagero se disser que todo mundo sabe das grandes manchas de plástico oceânicas, né? Mas, ao contrário do que muita gente pensa (e eu pensava a princípio), essas grandes manchas não se tratam apenas de grandes continentes de lixo plástico qualquer: estamos falando de manchas quilométricas de lixo plástico fotodecomposto (que, embora muito divididos, ainda interferem na cadeia alimentar de muitas espécies marinhas... e na sua também).

"Comemos muito peixe, sabe?"

Assustador... Depois dessa ando meio paranóico com qualquer pedaço de plástico que vejo solto por aí, imaginando que o dito cujo – cedo ou tarde – vai se juntar a bilhões de outros parecidos no mar. Acho que esse é o tipo de pensamento que reforça o lado ecologicamente saudável de qualquer um, não? Pena que quase todos que vejo na rua não pensem do mesmo jeito, mas enfim...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

I´ll be there for you...



Nossas são as histórias
As brigas
As confissões
Os momentos de deliciosa desimportância e piadas sacanas
Os momentos de carência
Os conselhos (mesmo que muito bem escondidos entre implicâncias e piadas)
As férias da família
A ausência presente
Os laços que o sangue se esqueceu de criar (e que, no fim, torna-se só um detalhe)

FELIZ DIA DO AMIGO!!!
(ainda não fui dormir, então ainda ta valendo)

PS: Sim, é um vídeo clichê (mas menos que a “Canção da América”, claro), mas sempre que imagino o meu futuro (quando o faço), vejo algo parecido com esse seriado. Será um sinal?

Hasta!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Eu vos declaro...

O @doutorestranho vive dizendo que as palavras têm poder. Nunca duvidei disso; veja agora, por exemplo, por uma simples substituição das palavras “homem” e “mulher” por “cônjuges” e “contraentes” na legislação argentina foi suficiente para tornar possível (e legal) a união, ou melhor, casamento (por que não?) entre pessoas do mesmo sexo.

Agora pode beijar o noivo sem medo de ser feliz, colega!

Seguido a isso, como era de se esperar, surgiram milhares de criticas e piadinhas maldosas sobre a Argentina. Despeito? Inveja? Intolerância? A lendária “rivalidade”? Ou simples falta do que falar? (aliás, minha bisavó tinha uma frase finíssima pra quem sofria desse mal) Independente do motivo, é fato que a Argentina deu um grande passo em direção a uma democracia mais igualitária e, mesmo que indiretamente, acendeu uma pequena chama de esperança no peito daqueles que esperam uma atitude similar por parte de seus vizinhos latino-americanos (quiçá africanos e asiáticos também).

Claro que, frente a isso, reacende-se toda uma discussão sobre o atraso (no caso deste post, brasileiro) no que diz respeito a políticas que garantam não só deveres, mas direitos iguais à tod@s e, em alguns casos – senão todos (sejamos sinceros, vai) - , a interferência religiosa (não diretamente, mas através de partidos e parlamentares de base religiosa) é o principal empecilho. Ora, mas o Estado não é laico? Sim, em teoria o Estado deveria ser isento de quaisquer influências de caráter religioso, mas não podemos negar que não faltam casos que provam o contrário, né?

Anyway, apesar do atual cenário político desanimador (pra mim, pelo menos, é), não podemos esquecer que, laico ou não, vivemos numa democracia ciente de seus deveres e ocasionalmente esquecida de seus direitos, os quais são garantidos (e, acima de tudo, nunca devem ser esquecidos) pela Declaração universal dos direitos humanos, que afirma:

Artigo I
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

Artigo II
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.


(um dia ainda quero escrever toda a declaração na parede da minha casa. Acho a coisa mais linda do mundo)



(e parabéns, de novo, aos Argentinos!) =D

Hasta!

Dreams make no promises...

Conheço alguém que fala, constantemente, para nunca contar meus planos para os outros, já que a inveja dos mesmos poderia estragar com tudo; teorias à parte (e confesso que nunca gostei dessa que acabei de citar... sempre me pareceu muita arrogância culpar os outros por meus fracassos, principalmente alegando inveja), começo a concordar com a idéia de que “em boca fechada não entra mosca”.

Fazendo um retrospecto de todos os planos mirabolantes que já fiz (o de viajar, na doida, pra São Paulo, no ônibus dos sacoleiros, foi o mais recente), de fato, não exagero se disser que os que deram certo foram justamente os que – além de ter um mínimo de planejamento – guardei mais pra mim, sem fazer alarde.

Superstição? Não sei (e, verdade seja dita, nem vêm ao caso saber), mas realmente cansa (e queima o filme) criar toda uma aura de expectativa em cima de algo e vê-la se transformar na mais pura frustração frente à inevitável impossibilidade. Cansei de procurar conforto num eterno “Fica pra próxima!”

(e também vamos combinar que causar surpresa é bem mais interessante, né?)

Hasta!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Miau

Pense na seguinte situação: você tem um filho, o cria com todo amor, carinho e dedicação, crente de que – no futuro – ele será alguém exemplar, alguém que lhe encha de orgulho perante seu chefe, seus vizinhos, enfim... perante toda a sociedade. E, de repente, o que o filho de uma cadela faz? MIA!!!



Com exceção das duas últimas frases, a situação pareceu bem familiar, né? Mas ao contrário do que se pensa, estou falando de um livro que li quando tinha 10 anos, lá nos idos de mil-novecentos-e-lá-vai-o-tcham, chamado “É proibido miar”, do Pedro Bandeira. E por que decidi, do nada, falar desse livro? Bom, primeiro porque acabei de encontrá-lo no meio da zon, digo... do acervo, segundo porque foi um dos raros livros que conseguiu me arrancar lágrimas (na época... acabei de relê-lo e nada aconteceu. Acho que estou ficando meio insensível, mas enfim), e terceiro porque – se você parar pra pensar – apesar de um livro puramente infantil (e bobinho, diga-se de passagem) – ele aborda um tema muito comum, não só no âmbito da homofobia, como do preconceito em geral, por parte da família e da sociedade, contra aquilo que é simplesmente diferente.

Dizem que esses contos infantis – sobretudo as fábulas clássicas – sempre vêm carregados de forte lição de moral (e, às vezes, forte conotação sexual, mas isso não vem ao caso agora... ou vêm?) que nem sempre percebemos - pelo menos não conscientemente - e que é bastante engraçado quando, alguns anos depois, você reinterpreta essas histórias e te cai a ficha sobre a mensagem que elas realmente queriam passar... acho que esse livro é um desses casos.

Hasta!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Teatro - Carta de um espectro

Cartaz da primeira montagem do espetáculo (novembro de 2008)


Um travesti, um casal lésbico, dois pais preocupados, um garoto descobrindo a própria sexualidade: quatro histórias paralelas que se conectam, um retrato da realidade de várias pessoas que arriscam viver fora da norma de gênero/comportamental/sexual vigente na região do Distrito Federal; essa foi a idéia do diretor Devs Oliveira ao propor um projeto de teatro-forum a ser apresentado (e debatido) nas escolas públicas das cidades-satélites da região de Brasília. Tendo como motivação o crescente número de crimes de ódio contra homossexuais, bissexuais e transgêneros, como influencia o conteúdo ministrado nas aulas de teoria queer, cultura visual e implicações pedagógicas (sim, a mesma disciplina que alimenta as discussões deste blog) e como base depoimentos colhidos de pessoas que vivem fora da norma, o diretor – junto ao elenco – desenvolveu um trabalho dramatúrgico onde tod@s depositaram parte de suas histórias pessoais, seus processos de aceitação e todas suas reflexões sobre o que foi levantado nas entrevistas de campo para, sem seguida, joga-las como questões aos estudantes.

Como dois pais (devidamente conectados e integrados a um sistema) devem lidar com um filho gay? Levando-o ao médico? Ao padre?

Você abriria mão de sua individualidade para se adequar às normas?

Como você lida com o que lhe parece diferente?

(Texto escrito para o blog da turma de estudos em Teoria queer, do Instituto de Artes Visuais da Universidade de Brasília)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A evolução segundo BLU

BIG BANG BIG BOOM - the new wall-painted animation by BLU from blu on Vimeo.



O (já-não-convencional) método de animação dele também evoluiu muito, diga-se de passagem! =)

Pra quem quiser ver mais, a página do BLU no Vimeo é essa aqui.

Hasta!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Nas terras deslizantes...



Várias vezes já me disseram que tinha desvio de atenção (digo “disseram” mesmo porque nunca tive curiosidade o bastante pra comprovar o dito): essa coisa de não conseguir se concentrar em algo por muito tempo e de dormir ao (muito) menor sinal de tédio... Tudo bem; fora os ocasionais vexames (como dormir em aulas teóricas e numa muito particular peça de teatro) isso nunca me incomodou muito, mas ultimamente um “efeito colateral” tem me incomodado.

Você sonha, você acorda. Você consegue fazer os dois ao mesmo tempo? Digo, sem qualquer indução por chás, absinto, cogumelos, sapos ou qualquer outra coisa; naturalmente. Ando assim... entre os dois: vendo pessoas se desvanecendo como fumaça, por vezes sentindo o chão como areia fugidia ou simplesmente, escutando histórias e canções entre uma pescada e outra (quando acontece). Nada muito grave, nada muito perturbador, nada muito... normal?

Se eu tivesse mais fé, diria ter mediunidade;

Se eu fosse mais porraloca, diria ser as drogas;

Se eu assistisse TV, culparia o homem do Baú;

Se eu fosse mais nerd, diria ser mutante;

Bah, às vezes estou crisando à toa e – no fundo – isso é só o meu jeito de ver o mundo (vai saber?).

Paper Dreams from Kenneth Onulak on Vimeo.



Hasta!

É mais...

“La contra-sexualidad afirma que el deseo, la excitación sexual y el orgasmo no son sino los productos retrospectivos de cierta tecnología sexual que identifica los órganos reproductivos como órganos sexuales, en detrimento de una sexualización de la totalidad del cuerpo.”

(Beatriz Preciado: Manifiesto contra-sexual)

domingo, 4 de julho de 2010

Present day... Present time...



Vontade súbita de ver LAIN de novo e a estranha sensação de que – só agora (anos depois de tê-lo assistido) – ele faz sentido.

Aliás, já faz alguns anos que prometi enviá-lo ao Hemanuel... é bom aproveitar a ocasião! =/

Aliás, já faz alguns anos que os CDs (!) com a série estão perdidos dentro de alguma dobra dimensional da minha TARDIS, digo... do meu armário. Melhor eu procurar agora...

Hasta!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Momento publicidade

Esses dias me pediram pra divulgar (como pudesse) dois sites/blogs e... sinceramente? Sempre achei desnecessário e forçado esse lance de fazer propaganda; sei que me queimo bastante ao dizer isso, mas não me culpem: nunca tive muito jeito com publicidade e/ou elogios rasgados (salvo nos casos em que sou acometido por sublime encantamento, mas isso é meio raro).

De qualquer forma, vamos falar de coisa boa...

ESQUADRÃO DA VIDA

Quem acompanha o blog deve lembrar que, algum tempo atrás, fiz um post sobre o Esquadrão da Vida e sua história no teatro brasiliense. E não é que eles criaram um blog? Nele dá pra acompanhar a agenda do grupo e comentários dos integrantes sobre as apresentações (sempre gratuitas, vale ressaltar).



CULTURA VISUAL QUEER

Blog da turma de estudos em Teoria Queer, cultura visual e implicações pedagógicas do Instituto de Artes Visuais da UnB (da qual eu também faço parte... Sim, daqui a pouco também começo a escrever por lá). Apesar do conteúdo (aparentemente) puramente acadêmico, a turma fala sobre tudo que é visto nas aulas, o que envolve teoria queer (lógico) questão de gênero, feminismo, filosofia e – como não poderia faltar – arte! Recomendado pra quem se interessar pelo assunto (que, apesar de putaquecaralhomente interessante, não é muito abordado nas demais universidades do país).



Brincadeiras à parte, estou divulgando esses blogs porque tratam de assuntos interessantes; seja por sua iniciativa (no caso do Esquadrão) ou por seu conteúdo promissor pouco divulgado (Estudos de Teoria Queer), ok?

So, that´s it. Voltaremos agora à nossa programação (a)normal. =)

Hasta!