domingo, 31 de maio de 2009

Coisas que encontramos pelas ruas...

(e, antes que pergunte, sim são fotos de celular... abstrai e finge demência que é melhor!) u.u"



(ok...)



(vida cristã na madrugada)


(é... eu também não!)

Hasta!


sexta-feira, 29 de maio de 2009

Walmor Corrêa





(não preciso comentar, né?) XP

O site dele: www.walmorcorrea.com.br

Hasta!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ah, o ser humano... (3)

By papelpop



Meu, sempre fui chegado na bagaceira, num tosco-porém-legal; confesso até que era fã dos clipes do Rafinha Bastos (é, aquele comediante de Stand up comedy que ficou famoso zoando o "Festa no Apê" do Latino), mas há de se convir que pra tudo tem um limite, né?

Considerações finais:

- Vergonha alheia pelo chachorro (isso é crueldade com os animais, hein? Tanto pelo cachorro quanto pelo mico);

- A-DO-REI o óculos piscante! Já sei o que usar na festa da Realize! XP;

- Voaram penas pelo meu monitor agora.

Hasta!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dica



E a velha estava certíssima...

Hasta!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Vontade repentina do dia...



- Não, não é usar uma roupa de astronauta no meio da rua (embora eu goste da idéia);

- Não, não é digigir um "módulo espacial" (ou o que quer que seja aquela charanga velha) pela madrugada de Londres (embora eu também goste da idéia);

- Não, não é dançar feito um louco descabelado de óculos escuros (embora eu precise, goste da idéia e ache totalmente digno)...

Hasta!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Vida, morte e arte (não necessariamente nessa ordem)

É engraçado como nesses dias corridos tudo que me vêm à cabeça (além do pensamento lógico de “me tirem daquiiii!!!!”) são as lembranças de um dia em que conversei com alguém sobre coisas belas, frágeis e passageiras, entre as quais (e principalmente) estava a vida. Sobre a (des)necessidade de viver correndo, pisar um pouco no freio e aproveitar mais o tempo que se tem... esse tipo de coisa. Conseqüentemente, nesse dia também conversamos sobre o que se deixa pra trás ao morrer, além da lembrança e eu, subitamente*, lembrei de alguns casos no mínimo incomuns sobre vida, arte, morte e resíduos (não necessariamente nessa mesma ordem, claro). Por exemplo...

De alguns anos pra cá, eu tive notícias de pessoas que, diferentemente da maioria, decidiram dar um destino alternativo aos seus corpos depois da morte e escolheram por transformá-los em diamantes. Não, você não leu errado e eu também não virei mais um aficionado pela Emma Frost (embora a perua seja foda e mereça): existe mesmo uma empresa funerária especializada em transformar cinzas humanas em diamantes (e, dependendo de sua escolha, ainda lapidam e incrustam a pessoa, digo, a jóia num anel ou num cordão).

(Será que o Morrison sabia disso?)

Outra coisa da qual lembrei foi da mostra Körperwelten (Mundo dos corpos), onde o médico Gunther Von Hagens expõe esculturas produzidas com o produto de sua técnica de preservação de cadáveres. É, filho... aqueles são corpos submetidos a um processo de plastinação e expostos como esculturas. Além da “polêmica” naturalmente gerada, muitas pessoas têm questionado a natureza dos corpos utilizados, o que – é lógico, óbvio e evidente – tem causado a recusa de muitos espaços em promover a mostra. O último boato (antigo já) que ouvi sobre o bom doutor foi de que uma cidade inteira na Alemanha se mobilizou contra (pra variar) a instalação de uma de suas fábricas de plastinação nos arredores.


E, por último, lembrei de um artista que tomei conhecimento esse ano: Joel-Peter Witkin gosta de tratar sobre corpos estranhos/desviados do padrão de beleza em suas fotos, muitas das quais produzidas com partes de cadáveres, rearranjados em poses e naturezas-mortas (sem trocadilhos, juro).


Lógico que a menção desses casos gerou mais pano pra manga na conversa, agora focada sobre os limites éticos da arte e sobre a conceito de “indivíduo” que o corpo, mesmo sem vida, carrega. Mas acho que não preciso nem dizer que a conversa – mesmo loooonga – não chegou a nenhuma conclusão, não é? Afinal, discutindo isso, a gente pisa em terrenos muito arriscados como religião, convicções pessoais e outras coisas capazes de estremecer qualquer papo civilizado e, até mesmo, uma amizade (dependendo da pessoa); razão pela qual prefiro simplesmente deixar a questão no ar (aqui).

Hasta!

*Eu já disse, não me pede pra explicar meus processos mnemônicos. Eu simplesmente lembro das coisas... - -“

domingo, 17 de maio de 2009

COISAS QUE CONVÉM LEMBRAR...

- Desejo é um bicho que se alimenta de liberdade. Uma vez encarcerado, ele corre o sério risco de morrer;

- Por mais que todos digamos que pessoas boazinhas só se fodem (em todos os espectros de cores possíveis e imagináveis), às vezes é legal tentar ser bacana com os outros. Sério. Dependendo do caso, você ajuda mais a si mesmo do que à outra pessoa;

- As drogas que mais viciam são álcool, cigarro e paixão; sendo que, nos dois primeiros casos, você ainda consegue passar pelo período de abstinência com alguma dignidade;

- Todos, em algum momento da vida, já quiseram ser outra pessoa. Pensar que essas outras pessoas também já não quiseram ser elas mesmas ajuda bastante nesses casos;

- A coisa mais broxante num relacionamento (seja ele qual for) é quando o que era até então espontâneo se torna uma obrigação;

- Improviso é um excelente recurso... não um hábito;

- O tempo faz a prata escurecer e os cacos de espelho não tem o mesmo brilho do original (tinha que deixar registrado em algum lugar... acho que perdi o “livro dos dias” onde anotei isso);

- Desde que inventaram a televisão, todos os Domingos se tornaram dias de suplício (ou, pelo menos, as programações dominicais... putaquelospareos!!!) - -“

Hasta!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Ah, o ser humano... (2)

Hoje o Hemanuel me perguntou se eu soube o que aconteceu na UFAM essa semana e eu, como pessoa conectada e suuper-em-sintonia-com-a-realidade (cof, cof... acredita, segura na mão de Deus e vai, fio!), disse que sim!

Piadas à parte, tudo que tem chegado até mim, foram os posts do Café de onça e do próprio Conceito Au (a.k.a. Hemanuel) sobre o caso (ok, os comentários de Twitter também, mas eles não contam) e o que aconteceu, de forma putaquecaralhomente resumida, foi o seguinte: O professor Gilson Monteiro foi agredido na frente dos alunos, em plena classe, por ter citado o nome de Omar Aziz dentre os vários exemplos usados na aula. E o que torna a situação mais bizarra/tragicômica é que esse ato foi cometido por dois irmãos do referido político (pelo que estou pesquisando enquanto escrevo isso, tenho até medo de dizer o nome dele), levados pela sobrinha dele, aluna de Monteiro.

(confuso? Tenta ler de novo, com calma ou vai num dos links que eu coloquei; eles são jornalistas e – com certeza – sabem explicar muuuuuuuito melhor do que eu)

Prosseguindo...

Tragicômico é um termo que eu acho que define bem a situação. Por um lado temos uma situação que, de tão absurda, se torna cômica, mas, ao mesmo tempo, se torna também revoltante por acontecer num ambiente que – teoricamente – preza pela racionalidade e respeito.

Prefiro não comentar muito a respeito porque, se entre as pessoas que estão lá na UFAM já há muita controvérsia e disse-me-disse , um cara que se encontra a meio país de distância corre o sério risco de dizer uma puta merda sobre o caso do qual só ouviu ecos distantes.

Aliás, só pra constatar uma teoria: alguém mais – de fora de Manaus – ouviu falar sobre esse caso?

Hasta!

Ah, o ser humano...

Era um serviço bem simples: fazer o cartaz do Quinta Cênica dessa semana cujo tema era “Só choro”. Daí veio a dúvida... “mas se o mote do Quinta Cênica é a comédia, como vai ser essa história? Eles vão fazer as pessoas chorarem de rir, é isso?” Com a confirmação de um dos coordenadores do projeto, lá fui eu rascunhar um monte de pessoas rindo e chorando e chorando de rir e se contorcendo com isso, essas coisas. Eis que chega o outro coordenador do projeto e me pede pra mudar o desenho: o espetáculo não seria tão cômico assim.

E agora? – eu me perguntei.

E agora? – eles me perguntaram.

Daí que num dos vários rascunhos daquele brainstorm, um dos coordenadores olha e tem a idéia:

- Você já viu a capa do disco do Tom Zé???
- Qual delas?


"Essa aqui ó!"


Eis que ela corre até a internet, pesquisa e me mostra a capa do “Todos os olhos”. A princípio não entendi a mensagem quando ela me conta que o olho, em questão, não é nada mais nada menos que o olho do cú.

- O quêêêêêêêêêêê???????????????????
- Isso mesmo!
- E ninguém reparou? Naquela época??? (só pra constar: o disco é de 72)

E ficou decidido que usaríamos aquele mesmo olho no material, mas com o desenho de um olho... (convencional?) para não chocar as mentes mais puritanas que passeiam pela UnB (qualé! Deve haver alguma!).

Pode me chamar de falso-moralista ou pangão, mas é meio bizarro passar a semana olhando praquilo e – logo depois – pensar “Meu, isso é um cú com uma bola de gude!!!”, mas tudo bem; mais bizarramente ainda, depois me acostumei com o dito cujo. Só acho uma pena não terem me deixado colocar como subtítulo o real tema dessa quinta-feira (e, talvez, da semana inteira)...

“Porque no dos outros é sempre refresco!”

Hasta!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Yann Tiersen



O que a Wikipedia fala sobre ele...

Guillaume Yann Tiersen (Brest, 23 de junho de 1970) é um músico de vanguarda, multiinstrumentista e compositor francês de origem judaica. Compondo para piano, acordeão e violino, sua música aproxima-se de Erik Satie e do minimalismo de Steve Reich, Philip Glass e Michael Nyman. Tornou-se internacionalmente conhecido ao compor trilhas sonoras de filmes como O fabuloso destino de Amélie Poulain e Good Bye, Lenin!

O que eu digo dele...

É o cara que fez a trilha de Amélie e Adeus Lenin (embora AINDA não tenha visto esse último), dentre outros. É o cara que eu sempre escuto quando quero me acalmar, entrar em estado contemplativo ou sonhar acordado (não que isso seja difícil, mas com a música dele fica beem mais agradável). É o cara de quem eu sou fã!

Summer 78 voltou a embalar meus dias...

Embora eu ainda adore (tá, eu amo mesmo) A Quai



Hasta!

sábado, 9 de maio de 2009

No escurinho do cinema...

A grande maioria dos blogs que eu leio está comentando desse filme; alguns por causa da temática (homossexualidade + incesto = BUM!!!), outros esperando pela recepção da crítica e do grande público (os que conseguirem assistir, né? Já que já que, exceto pelos da Xuxa e do Didi, filmes brasileiros ficam pouquíssimo tempo em cartaz).

Eu, depois de assistir o trailer, fiquei particularmente curioso. Talvez por ter essa relação com vídeos ou porque - de fato - o trailer ficou muito bem feito (tá... meu lado tiete berrou quando eu ouvi Summer 78 tocando. It´s Yann Tiersen, baby!). Enfim, fica a dica:



E POR FALAR EM FILMES...

Estava pesquisando no que dar de aniversário pra Jaque e lembrei dessa afinidade dela com a Rê Bordosa (ok, sem comentários) e de que produziram um filme da qual ela participa (na voz de Rita Lee... TUUUUUDO A VER!!!). Eu mesmo queria ter visto no cinema, mas como já disse, filmes brasileiros passam correndo pelas nossas salas.



O que seria da minha vida sem o YouTube? (amore mio)

E POR FALAR EM TRAILERS...

Outro dia o Otávio Chamorro comentou que saiu uma matéria no Paroutudo.com sobre o filme dele (só digo uma coisa, bee: a comédia é do babado!!!) e - nessa matéria - tinha um link pro trailer:



Pelo que eu tô sabendo esse filme (por motivos óbvios) por enquanto só está sendo exibido em festivais LGBT´s e de cinema independente, mas se os deuses assim permitirem e o Google for tão poderoso quanto eu sei que ele é, logo logo a grande nação internauta (bate!) poderá vê-lo.

Hasta!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O Apocalipse chegou (again) e tem o rabinho enrolado!

Quem me conhece sabe o quanto eu “adoro” ler/assistir jornais: é sempre um escândalo novo, uma tragédia, uma crise ou uma polêmica (palavrinha que – aliás – adoram usar). Agora não é diferente, agora só se fala na gripe do porco – nome que os ambientalistas ODEIAM, mas que parece já ter sido consolidado.



É preocupante? Com certeza! Dado o grau de transmissão, é questão de tempo até que essa gripe bata à nossa porta (e com essa mudança de tempo que se abateu sobre Brasília então... é um espirrar pra todo mundo ficar de orelha em pé). Mas não consigo deixar de achar certa graça nesse clima de “o mundo pode acabar” já que, pelas minhas contas, deve ser a... terceira ou quarta vez que anunciam o fim do mundo.

"Não... Ela nããããããoooo!!!!!"

Quem não lembra daquela profecia maldita de Nostradamus de que o mundo se acabaria em agosto de 99? Era só do que se falava na época! Ou de que tudo se encerraria na virada do milênio? Ou ainda uma certa profecia (coloque o nome de um povo pré-colombiano aqui... eu esqueci! ^^”) que promete o fim dos tempos para 2012?

Depois do receio do primeiro fim-do-mundo (me deixa, eu tinha 14 anos na época! ¬¬”), confesso que não me abalo mais com essa possibilidade de pandemia global. É, eu sei que é um tanto relapso da minha parte, mas acho que não to nenhum pouco a fim de ficar em estado de constante alerta/paranóia com o espirro alheio. Alea jacta est mode [ X ]ON [ ]OFF.

Quantas vezes o mundo já acabou pra você?


(Cara... eu tinha que colocar essa!!!) XP

Hasta!

domingo, 3 de maio de 2009

Hey cara, desacelera...


Dizem que faz bem...

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Então é 1° de maio...

Nunca pensei que diria com tanta propriedade (e, de uma certa forma, satisfação): hoje é meu dia!

Digo isso porque eu acho que, depois de começar a trabalhar como designer e (escreva alguns cargos técnicos aqui) de teatro, eu vi o que é dar duro, se jogar de cabeça num projeto. Muito foi feito nesse meio tempo... muito foi criado, mas ao mesmo tempo, muito foi sacrificado.

“Hm, não deu muito certo… vamos tentar a velocidade 5!”

Valeu a pena? Talvez ainda seja meio cedo pra dizer. Ainda corro contra o tempo pra cumprir um monte de prazos e ao mesmo tempo organizar minha vida (tentando ao máximo não me tornar um workaholic, como é o que parece estar acontecendo), mas alguns dos trabalhos do ano passado começaram a dar frutos e agora eu encaro algumas situações sem aquele pânico de “marinheiro de primeira viagem”, então eu acho que, no final das contas, a experiência tem sido positiva (daquele jeito torto que a minha vida parece exigir, mas positiva de qualquer forma). ^^”


Talvez seja por isso que, hoje, eu esteja tão sereno e calmo... não sei. Só quero aproveitar o resto do feriado.

Hasta!

PS: Não consigo tirar a musiquinha que o Chaplin canta em “Tempos Modernos” da cabeça...

I still believe in you...

Douglas me passou esse vídeo hoje...



Depois dessa, voltei a acreditar em Madonna! XP

Orlan

Eu sempre disse que – entre as diversas modalidades de arte – tinha um receio incrível quanto às performances. E talvez... Talvez o caralho, certamente essa artista (apesar de seu discurso totalmente coeso) é um dos meus principais argumentos quanto à esse medo/receio/”whatdafuck...?”.

Ok, eu sei que é superficial julgar as performances (e a Orlan também) por seu caráter essencialmente físico; talvez até mude meus conceitos depois dessa pesquisa que eu fiz... enfim, voltando ao assunto: de todo o material que encontrei sobre ela, o que talvez resuma melhor sua obra seja esse texto que encontrei no site sobre o ano da França no Brasil...

Criadora do “manifesto da arte carnal” e protagonista do primeiro “extreme makeover” da história da arte, Orlan chocou o mundo nos anos 90 ao realizar a performance “A reencarnação da Santa Orlan”, uma série em que ela se submeteu a nove cirurgias plásticas que foram transmitidas via satélite para diversos lugares, entre eles as principais galerias de arte da Europa. Ao longo desse processo, a francesa nascida em Saint-Étienne em 1947 transformava seu rosto radicalmente, recebendo, além de chifres – realçados calculadamente com purpurina no dia de sua visita à capital paulista – mas também implantes no queixo, nas bochechas e ao redor dos olhos.



Durante a operação, apesar da anestesia, Orlan mantinha-se consciente. Em algumas performances, crânios, tridentes, frutas e legumes iam sendo misturados ao cenário. Em outras, ela lia textos ou então fazia desenhos com os dedos usando o seu próprio sangue. “Eu queria falar sobre o quanto se maltrata o corpo das mulheres. A religião propõe um corpo culpado, que deve sofrer. O meu trato era: nada de dor, nem antes, nem depois.”



“A arte carnal não procura purificação, mas busca transformar o corpo em língua”, fala Orlan, que diz amar o rim, o pâncreas e se excitar com a linha do fêmur. Um dos resultados de tantas operações é a instalação “Corpo colocado em quarentena”, composto por 40 auto-retratos do primeiro ao 40º dia após a intervenção cirúrgica. “As fotos mostram os inchaços e todas as cores pelas quais passamos – azul, amarelo, vermelho. Muitos cirurgiões não quiseram me operar, não queriam mostrar o que acontecia no meio do processo, só o antes e o depois”, conta.

Orlan também é autora da performance “O beijo da artista”, de 1977, em que ela se posicionava atrás de um tórax nu feito de madeira e distribuía beijos em troca de cinco francos durante uma exposição em Paris. “Era algo que falava não só de sexo, mas também de afeto. Houve uma ruptura com a minha família e com os vizinhos”, conta. “Foi um período tragicômico da minha vida.”



Hoje, mais de quatro décadas depois de sua primeira performance, Orlan diz que nunca teve uma crise de identidade. “Não estou nem aí com as imagens que produzi de mim mesma, porque não fui eu que escolhi o ponto de partida. Não escolhi meu nome, nem a cor da minha pele. Nós somos cidadãos do mundo, receptores de estímulos que vêm dos lugares mais diferentes, da televisão, da internet. Não quero fazer cirurgia todos os dias, prefiro beber champanhe com os meus amigos. Mas seria divertido se pudesse mudar o meu rosto diariamente.”

Orlan, submetendo seu rosto a sucessivas operações estéticas em busca da boca da Gioconda ou os olhos de Nefertiti, perpetra uma crítica brutal contra essa sociedade que baseia sua identidade na beleza física.Seu rosto é em partes reflexo de uma obra de arte, mas monstruoso no conjunto. Apóia-se nas teorias do feminismo e da psicanálise e na história da arte, mas também desperta o aplauso da crítica, que interpreta seu arriscado auto-retrato como uma celebração dos avanços médicos e culturais. Um ataque à idéia cristã de que o corpo é sagrado.

Seja como for, seu desempenho convida a uma revisão histórica da representação da mulher na arte. O universo masculino, baseado nas crenças sobre o amor e a morte, faz do corpo da mulher o campo de batalha entre Eros e Tanatos, entre o desejo e a destruição. Passiva e cativa como no romantismo, ou dominante e devoradora como foi mais tarde para os pintores simbolistas e decadentes, que passaram de sádicos a masoquistas, a mulher européia não conseguia superar o estado de boneca.

Fontes: Lígia Nogueira, O Globo / Maricel Chavarría, La Vanguardia (tradução Luiz Roberto Mendes Gonçalves)

(Hasta!)